André Villas-Boas reconheceu que foi necessário arranjar uma solução para que alguns pagamentos da SAD do FC Porto - a que estão associados os vencimentos do futebol profissional - fossem regularizados, mas recusou ter pago do próprio bolso salários em atraso do plantel.

«O que arranjámos foi um grupo de investidores diferentes dos que os que recentemente tinham suportado a sociedade desportiva em alguns pagamentos. Preferimos, enquanto nova direção do clube, optar por outro caminho e sugerimos isso à sociedade desportiva, que acabou por validar os contratos com esses investidores», explicou o presidente do FC Porto numa visita à casa do FC Porto em Resende.

Villas-Boas voltou a tecer críticas à anterior direção e aos (ainda) administradores da SAD dos azuis e brancos, que disse terem omitido deliberadamente a sanção da UEFA.

«Lamentavelmente, já sabíamos que era um processo que estava em curso e que estrategicamente foi omitido pela anterior direção do FC Porto e atual direção da sociedade desportiva do FC Porto. Tínhamos a perfeita noção do dossier na sua extensão, mas lamentavelmente, e por conta do ato eleitoral, as pessoas decidiram não comunicar a verdade aos seus associados. (...) É uma situação grave que muito nos limita e que vai causar muita pressão sobre a próxima gestão, pelo que todo o cuidado é pouco e é importante antes deste arranque a 28 de maio que os associados saibam perfeitamente qual é o estado atual do clube e da sociedade desportiva», apelou.

O dirigente do FC Porto, que no dia 28 toma posse também como líder da SAD, assumiu que o caminho da recuperação do clube será longo. «A situação é difícil e obriga a uma gestão rigorosa. Um plano de sustentabilidade do clube é longo, como fomos dizendo durante a campanha eleitora. Agora há um processo de reestruturação financeira do clube, que já estamos a trabalhar», rematou.