Sábado da consagração do campeão, com a equipa de Ruben Amorim a fechar o campeonato com chaves de ouro: uma goleada sobre o Desp. Chaves, último classificado da Liga, no primeiro jogo em casa já com o título garantido.

Um jogo que resume a excecional temporada do Sporting, que fecha as contas com a 17.ª vitória na fortaleza de Alvalade, chega ao recorde de 29 vitórias e aos 90 pontos, duas novas marcas para o currículo do treinador. 

Confira os VÍDEOS DOS GOLOS

Com um grande ambiente nas bancadas, o Sporting entrou bem no jogo e, logo a abrir, criou as duas primeiras oportunidades do jogo, primeiro num remate de Ricardo Esgaio e, logo a seguir, com uma cabeçada de Gonçalo Inácio ao poste.

Uma entrada de rompante que se diluiu nos instantes seguintes, com o Desp. Chaves a crescer no jogo e a encontrar muitos espaços, sobretudo no corredor direito, para desespero de Ruben Amorim.

Os leões, em dia de festa, não conseguiam conter a ansiedade e transpiravam até algum nervosismo, mas, depois de alguns sobressaltos, voltaram a pegar no jogo.

Francisco Trincão, em tarde inspirada, voltou a levar os leões para a frente, diante de um Chaves que, apesar do nome, parecia demasiado permissivo, permitindo ao Sporting esticar o jogo pelas alas e, assim, chegar facilmente à área de Gonçalo Pinto.

Trincão, a poucos dias de Roberto Martinez anunciar os convocados para o Euro 2024, estava endiabrado, invadindo a área, vezes sem conta, com os seus dribles estonteantes. Num deles, o árbitro chegou a assinalar uma grande penalidade, por um alegado puxão de Vasco Fernandes, mas, depois de alertado, pelo VAR, Manuel Oliveira foi rever o lance e chegou à conclusão que não houve falta.

Não valeu este, valeu outro logo a seguir, cinco minutos depois, com Guima a cortar uma bola de Nuno Santos com o braço. Tal como no primeiro, os adeptos pediram que fosse Luís Neto a marcar, mas foi Gyökeres que abriu o marcador, com um pontapé seco e colocado. Estava aberta a festa em Alvalade. 

O Sporting empolgou-se nos minutos seguintes e criou mais uma mão cheia de oportunidades, com destaque para um mergulho de Luís Neto que, por pouco, não deu golo, para desespero do central que procurava uma saída em beleza. Mais uma vez, não marcou Neto, marcou Gyökeres, num dos melhores lances deste jogo.

Francisco Trincão, mais uma vez ele, desequilibrou, Pote contribuiu com um passe para Esgaio que, por sua vez, assistiu o incontornável sueco que, de costas para a baliza, rematou à meia-volta.

O Sporting estava definitivamente por cima do jogo e, já em tempo de compensação, Gyökeres chegou a comemorar um hat-trick, depois de uma bola longa de Nuno Santos, mas este golo viria a ser anulado por uma falta de Seba Coates no início do lance. Mesmo a fechar a primeira parte, numa altura em que o Chaves se preparava para marcar um livre, Junior Pius agrediu ostensivamente Hjulmand com uma cotovelada na área e viu vermelho direto.

O campeão regressava para a segunda parte com vantagem no marcador e também em vantagem numérica, com Amorim a abdicar de Hjulmand para lançar Paulinho, enquanto Moreno recompunha a sua equipa com três alterações de uma assentada.

Paulinho faz o terceiro e a festa impõe-se ao jogo

A segunda parte começou com duas oportunidades claras para o Chaves, enquanto o Sporting procurava ainda o ritmo certo, mas assim que engatou o Sporting chegou facilmente ao terceiro golo, desta vez marcado por Paulinho, com um espetacular remate de primeira de Paulinho, depois de uma bola resgatada por Nuno Santos sobre a linha de fundo.

Os adeptos festejaram o golo do avançado de forma intensa e voltaram a festejar logo a seguir quando Luís Neto foi substituído naquele que foi o seu último jogo pelo Sporting. O experiente central foi abraçado por todos os jogadores em campo e saiu do relvado sob uma impressionante ovação que cantaram «o Luís Neto é campeão».

A festa começava a impor-se ao jogo, com os adeptos a lançarem fogo de artifício nas bancadas e a gritarem «campeões, campeões», mas ainda houve tempo para Pedro Gonçalves elevar pulsações, com um livre que sobrevoou a barreira, mas atingiu a trave.

Mesmo em cima do fim, houve também tempo para Ruben Amorim fazer mais um campeão nacional, quando lançou Francisco Silva, o jovem guarda-redes de 18 anos, que tem trabalhado com a equipa principal.

O Sporting fecha, assim, o campeonato em grande, chegando ao recorde, do clube, de 90 pontos, mais dez do que o Benfica e mais 21 do que o FC Porto [que joga ainda esta noite frente ao Sp. Braga]. Os leões batem ainda o recorde de vitórias (29) e ficaram à beira dos 100 golos na Liga (96 golos).