André Villas-Boas irá rever o protocolo com os Super Dragões e reformular os termos de cooperação com a claque.

Segundo apurou o Maisfutebol, a nova Direção do FC Porto está a reavaliar o vínculo com o grupo organizado de adeptos (GOA) e irá tomar uma decisão logo após o presidente, que tomou posse no clube a 7 de maio, assumir também a SAD, a partir do dia 28 deste mês.

Os Super Dragões assinaram a 30 de setembro de 2023 dois protocolos com o FC Porto, um com a SAD e outro com o clube, que atualmente estão em vigor até 30 de junho.

Estes contratos serão denunciados até ao dia 31 de maio, um mês antes do seu término, como previsto, existindo a possibilidade de negociar um acordo futuro sob novos pressupostos.

Segundo o protocolo vigente, comunicado à Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), o clube e a SAD obrigam-se «a vender aos membros dos Super Dragões bilhetes para os jogos a realizar no Estádio do Dragão a um preço máximo de 20 por cento acima do preço estabelecido para sócios», bem como a «conceder apoio logístico na organização de deslocações nos jogos a disputar na condição de visitante», a «encetar contactos com os clubes adversários para obter bilhetes de ingresso a um preço mais baixo relativamente ao preço estabelecido para o público em geral nos jogos na condição de visitante» e ainda a «oferecer uma média de 266 bilhetes de ingresso para o sector 2 dos jogos a disputar pelas modalidades no Dragão Arena».

À margem deste acordo, está sob investigação a venda ilícita de bilhetes pelos Super Dragões. No passado domingo, a operação «Bilhete Dourado» fez buscas domiciliárias e no Estádio do Dragão, das quais resultaram na constituição de 13 arguidos e a apreensão de cerca de três mil bilhetes e mais de 44 mil euros.

De referir que não existe qualquer protocolo em vigor com o Coletivo Ultras 95, a outra claque do FC Porto.

«Implacável com quem tenha lesado o FC Porto»

A Direção do FC Porto tem também a intenção de se constituir como assistente nos processos resultantes das operações «Pretoriano» e «Bilhete Dourado», no âmbito dos inquéritos dirigidos pelo Ministério Público e pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.

A intenção de apurar factos relacionados com a bilhética e não só já havia sido transmitida por André Villas-Boas durante a campanha.

«É obrigação de toda e qualquer nova Direção analisar a situação atual e o porquê de determinadas perdas de valor. Na bilhética quero saber o que não posso voltar a fazer. Desconfio que sejam certas coisas, mas vou à procura de saber que foi por causa disto e daquilo que perdemos valor. Temos o estádio mais cheio, em termos de taxa de ocupação, mas menos dinheiro a entrar nos cofres do clube. Tenho encontrar os responsáveis e as razões para esta perda. […] Serei implacável com toda e qualquer pessoa que tenha lesado o FC Porto. Não é para tocar no legado de Pinto da Costa, mas qualquer empresa normal tem de entrar nestas diligências. O FC Porto é superior a toda e qualquer pessoa, ninguém é mais importante do que o clube», afirmou o então ainda candidato no início de abril.

Agora presidente, André Villas-Boas deverá passar das palavras aos atos.