O Boavista vai estar na Liga em 2024/25!

Foi preciso esperar até ao último suspiro, mas, quando já quase ninguém acreditava, os boavisteiros resgataram um ponto diante do Vizela (2-2) e asseguraram a permanência. Um triunfo bem à imagem daquilo que foi a época dos axadrezados: muito sofrido e a lutar contra adversidades.

O melhor ficou para o fim. Jorge Simão disse várias vezes nas últimas semanas que regressou ao Bessa com uma mala de entusiasmo carregada e ela abriu-se aos 90+11m, quando Reisinho cobrou o penálti que enviou o Portimonense para o lugar de play-off.

O FILME DO JOGO

A primeira parte espelhou duas ideias de jogo bem distintas. Por um lado, o Vizela quis ser protagonista, procurou assumir o controlo da posse de bola e jogou com muita clareza em todas as ações com bola, já desamarrado da pressão, uma vez que sabia de antemão que a II Liga é o destino na próxima temporada.

Os vizelenses procuraram constantes movimentações, que baralharam a pressão aos axadrezados e permitiram encontrar um homem livre a dar linha de passe, tais eram os espaços concedidos pelos boavisteiros. Por sua vez, o Boavista, mais uma vez limitado entre lesões e castigos, teve o pensamento virado para o contra-ataque, mas faltou critério para criar real perigo junto à baliza adversária.

Em cima da meia-hora, o Vizela traduziu o domínio que tinha no jogo em golo. Na sequência de uma jogada coletiva no corredor direito, Matheus Pereira cruzou para a área e Lebedenko, vindo de trás, apareceu para um golpe de cabeça.

O golo deixou o Bessa intranquilo. A tensão nas bancadas era evidente e passou para o relvado, com a equipa de Jorge Simão muito nervosa nas suas ações.

Esperava-se uma resposta do Boavista na segunda parte e assim aconteceu. Os primeiros minutos após a conversa no balneário foram de sufoco junto à área vizelense e o golo já se fazia prever.

Chegou aos 53 minutos, num lance de insistência. Bruno Onyemaechi cabeceou ao poste, mas a bola sobrou para a entrada da área, onde apareceu Joel Silva a aplicar um remate potente: explosão total nas bancadas do Bessa e quase houve invasão de campo.

Já virtualmente fora do lugar de play-off, o Boavista poderia ter-se galvanizado para ir em busca da reviravolta, mas voltou a revelar as mesmas dificuldades da primeira parte.

Numa jogada em que a equipa de Rubén de La Barrera voltou a ser muito criteriosa, mas em que a passividade do lado contrário também foi muita, Matheus Pereira, que tinha assistido para o 1-0, antecipou-se à linha defensiva axadrezada e coroou a exibição com um golo.

A partir daí, com meia-hora por jogar, houve mais coração do que cabeça. O Vizela foi perdendo frescura nas pernas, mas o Boavista esteve infeliz nas suas ações ofensivas, com muito desacerto quando estava em posições privilegiadas.

Quando os jogos dos adversários diretos já tinham acabado e tudo apontava que o Boavista iria definir o futuro com uma equipa da II Liga, um penálti no último lance do jogo proporcionou um final dramático.

Momento de tensão máxima no Bessa, mas Reisinho assumiu a responsabilidade e não tremeu: penálti convertido e loucura no estádio, com adeptos abraçados, correria nas bancadas para tocar nos jogadores, cânticos e muita, mesmo muita emoção.