O Maisfutebol faz hoje 10 anos. É uma criança saudável, feliz, inteligente e, sobretudo, irrequieta. Uma parte da unha do dedo mindinho do pé dessa criança também é minha.

Não se trata de falsa modéstia. É a mais pura das verdades. Ainda preciso de vários anos de casa para equilibrar com os que levo de leitor. Não digo que conheço o, agora, meu jornal desde o dia 1. É falso. Mas lembro-me perfeitamente de acompanhar o Mundial 2002, aquele de todas as (des)ilusões, através do Maisfutebol. Com uma cara completamente diferente, mas já com todas as características que sempre vi e admirei: rigor, isenção e aquela pitada de irreverência que o torna diferente de tudo o resto.

Por isso, qualquer linha que decidisse escrever sobre estes dez anos teria de ser sempre na óptica do leitor. Oito anos de muitos «page views», inúmeros «clicks», mas, acima de tudo, imenso respeito. E, como amante e, depois, estudante de jornalismo, alguma curiosidade sobre o que estava por trás.

Sempre pensei que seria daquelas interrogações retóricas, que não teriam resposta concreta. O cenário só mudou com a possibilidade do estágio que me possibilitou, posteriormente, a entrada nesta casa. Não foi altura de esclarecer dúvidas, mas de confirmar hipóteses. «Feelings», palavra tão em voga nos últimos tempos.

E, aos poucos, aquelas características que enunciei em cima (rigor, isenção e irreverência), foram confirmadas. A primeira chega, curiosamente, pela boca de um leitor. Um amigo, um anónimo e, por isso, demarcado de tudo e todos. Quando lhe falei no Maisfutebol, atirou um comentário que tão cedo não esqueço: «É muito bom. Só acredito numa transferência quando vejo lá». Haverá melhor teste ao rigor que o testemunho de quem nada tem a ganhar ou perder?

A isenção confirmei-a no tempo que levo de trabalho. A distância existente para qualquer entidade pode privar algumas coisas, mas permite escrever de ombros leves. Felizmente, não sei como é trabalhar de outra forma.

Por fim, a irreverência. Como se já não bastasse a ideia de criar um jornal online desportivo no ano 2000. A forma como os temas são tratados, a própria escolha dos assuntos são prova evidente de que o Maisfutebol é único.

E é ainda uma criança, que cresce e se afirma. Agora, depois de anos a fio a admirar o petiz, também eu sou babysitter. Não vou passar a responsabilidade.