Meses antes de ter passado a ser uma «celebridade», Avelino Ferreira Torres conseguiu, com uns «chutos e pontapés», pôr metade do país a discutir as suas artes marciais. O «homem forte» do Marco de Canavezes nunca escondeu o seu amor ao clube de uma terra que não é a sua, mas que «adoptou» e geriu durante longos anos.
Vai daí, e porque nisto do futebol os excessos são muitas vezes a regra, o autarca indignou-se. Devido ao seu estatuto, estava sentado no camarote presidencial, mas as incidências da partida entre o «seu» Marco e o Santa Clara, disputada a 29 de Fevereiro, puseram-lhe os «nervos em franja». O árbitro Nuno Almeida não assinalou um suposto penalty favorável à equipa visitada e Ferreira Torres não se conteve. Com o à vontade de quem conhece bem a casa e é conhecido por toda a gente desceu até ao relvado para, segundo rezam as crónicas, «manifestar verbalmente a sua indignação».
Mas não se ficou pelas manifestações verbais e, no auge da fúria, pontapeou o placard das substituições. Os munícipes, solidários com o seu presidente, fizeram a «vida negra» ao árbitro, que teve de sair do Estádio (chamado Avelino Ferreira Torres, pois claro!), escoltado pela GNR. A mesma força policial que muitos acusaram de não ter agido como devia quando o autarca invadiu o relvado.
Nos dias que se seguiram, toda a gente deu opiniões sobre o assunto: a oposição partidária, a GNR, a PSP, o Ministro da Administração Interna e o presidente da Liga de Clubes. Avelino não mostrou arrependimento e, a julgar pelo castigo da Liga, não havia razões para isso. O autarca não foi punido já que a Comissão Disciplinar da Liga só pode castigar agentes desportivos. E Ferreira Torres tinha apresentado a sua demissão de presidente do conselho fiscal do FC Marco dias antes¿