A memória de 2005 guarda também os desaparecimentos. Em Portugal, Hugo Cunha e João Manuel partiram jovens, quando a morte é mais difícil de encarar. Este foi também o ano do adeus a nomes grandes do passado, de Cavém a George Best.
A 25 de Junho de 2006, a notícia mais brutal chegou. Hugo Cunha, 28 anos, jogador do U. Leiria, sentiu-se mal durante um jogo com amigos e não sobreviveu. Depois de Fehér e Bruno Baião, o futebol português voltava a confrontar-se com o drama de uma morte súbita, inexplicável e inexplicada.
João Manuel desapareceu a 18 de Maio. Tinha 37 anos, foi durante muitos anos um dos futebolistas mais regulares do campeonato português e lutava nos últimos meses contra a doença, que o havia de vitimar. Jogou pela última vez no Estádio da Luz, com a camisola do Moreirense, em Setembro de 2004.
O ano começou com luto, pela morte de dois pilotos no Dakar. O espanhol José Manuel Perez não sobreviveu a um acidente, o italiano Fabrizio Meoli sofreu um ataque cardíaco durante uma etapa. Perto do final, mais uma morte de um desportista em actividade, mais uma morte súbita a vitimar o francês Di Tommaso, jogador do FC Utrecht, na Holanda.
Em 2005 despediram-se ainda grandes nomes da história do futebol. Em Janeiro partiu Cavém. Tinha 72 anos um dos jogadores que foram bicampeões europeus pelo Benfica, no currículo contava ainda nove campeonatos nacionais e quatro Taças de Portugal.
Em Março desapareceu Rinus Michels, 77 anos, o senhor «futebol total», campeão da Europa com a Holanda em 1988, finalista do Mundial em 1974 e vencedor de uma Taça dos Campeões Europeus com o Ajax. Lucien Laurent, 97 anos, o francês que ficou para a história como autor do primeiro golo num Mundial, em 1930, partiu em Abril. Em Julho morreu Jair, 84 anos, campeão do Mundo com o Brasil em 1950. A fechar o ano, morreu aos 91 anos o húngaro Lajos Baroti, antigo treinador do Benfica.
Carlos Gomes tinha 73 anos quando faleceu, em Outubro. Antigo guarda-redes da selecção e do Sporting, teve tanto de rebelde como de talento, tendo falecido em Portugal, onde regressou depois de muito tempo a viver no estrangeiro.
Os portugueses recordam ainda o desaparecimento de Jorge Perestrelo, jornalista, 57 anos, desaparecido no dia seguinte a gritar a vitória do Sporting em Alkmaar que assegurou a final da Taça UEFA. Ou ainda José António, antigo internacional e ex-jogador do Belenenses.
O adeus mais emotivo do ano foi a George Best. Morreu a 25 de Novembro, aos 59 anos, após longa agonia aquele que foi um dos grandes génios do futebol mundial. O antigo jogador da Irlanda do Norte e do Manchester United foi homenageado como só os britânicos sabem, numa imensa manifestação de reconhecimento e respeito.