Van Wolfswinkel, final (antecipado) de Hollywood

O avançado vendido há uma semana e picos à Premiership fez o melhor jogo desde que chegou a Portugal. Três golos à ponta de lança, cheios de oportunidade, uma remate à barra encharcado de fúria e uma série de ações em campo em que sempre decidiu bem justificam a ideia. Depois, no fim, a humildade. Uma noite perfeita? Não, a equipa tinha sofrido dois golos, desnecessários. Parecia que não tinha sido nada. Mas foi.

O holandês fez o melhor jogo da sua estada em Portugal quando já sabe que para o ano que vem não mora aqui. Vai limpar o cacifo e tentar marcar golos para Inglaterra, num campeonato ainda mais exigente que este de terras lusas. Numa altura em que o seu comprometimento podia ser mais ténue face aos últimos acontecimentos, responde com uma exibição de luxo e um hat trick que coloca a equipa mais perto do único objetivo que pode alcançar: a Liga Europa. E agora todos podem lamentar aos céus que Godinho Lopes o tenha vendido para pagar salários. Coisa de filme de Hollywood, no mínimo.

E Lima? Pois. Também ele merece o nome sublinhado. De certeza que alguém comentava nas bancadas da Luz, quando o resultado já era um claro 2-0, que ainda faltava o seu golo. Faltava o habitual golo de Lima, sentia-se. Chegou ainda antes do intervalo, mas não viria sozinho. O avançado brasileiro assinaria mais dois e levaria a bola para casa, para recordar mais tarde. Para ser perfeito, mesmo perfeito, faltou ter feito um de cabeça (e até foi ele a desperdiçar a primeira oportunidade de golo, ao falhar um desvio de cabeça, quando se encontrava sem marcação), depois do 3-0 ter saído do seu pé direito e o 4-0 do esquerdo. Mas, pronto, o que interessava era marcar, igualando Cardozo nos remates certeiros na Liga e, como se ainda fosse necessário, ganhando um lugar de honra na história do presente campeonato.