Não é segredo para ninguém. Quando se fala em Coreia de Norte fala-se em mistério, em secretismo, em «Cortina de Ferro». Esta imagem do país alastra-se à selecção nacional de futebol do regime de Pyongyang. Pouco ou nada se sabe sobre cada um dos futebolistas que irão defrontar Portugal no Campeonato do Mundo.
Mas, após aturada pesquisa, lá surge uma história interessante. Uma história de vida. Jong Tae-Se é o goleador e a principal figura desta equipa. Nasceu em Nagoya (Japão), filho de pais sul-coreanos, e é aquilo que se pode considerar um norte-coreano por convicção.
Tudo sobre o sorteio do Mundial 2010
No Japão, Jong Tae-Se andou sempre em escolas subsidiadas pelo governo norte-coreano. E essa influência foi decisiva na formação das suas opções sócio-políticas. Jong Tae-Se começou a rever-se bem cedo na imagem projectada pela Coreia do Norte e a certa altura da vida abdicou da nacionalidade sul-coreana.
Relatos recolhidos na imprensa asiática apontam para este momento como o início dos seus problemas burocráticos. Jong requereu um passaporte norte-coreano mas a Coreia do Sul não reconhece nem legitima a soberania da Coreia do Norte. Só depois da intervenção de algumas associações pró-Coreia do Norte, a questão foi resolvida.
Queiroz: «Primeiro jogo é decisivo»
Apaixonado por futebol, decidiu optar pela selecção da Coreia do Norte, em detrimento do Japão, nas eliminatórias para o Mundial 2006. Após a eliminação da equipa de Pyongyang às mãos nipónicas, Jont Tae-Se percebeu que o seu coração era norte-coreano.
Marcou oito golos nas duas primeiras internacionalizações (Mongólia e Macau), mas a inspiração desapareceu a pouco e pouco. Na fase de qualificação para o Mundial 2010 apontou apenas um golo.
Mário Zagallo: «Portugal vai ficar em segundo»
Mesmo assim, Jong Tae-Se, avançado do Kawasaki Frontale (Japão) é provavelmente o jogador mais perigoso da Coreia do Norte. Esta é a sua história possível.