A «menina bonita de Richland» ou... Hope Solo. A melhor e mais famosa guarda-redes do mundo. Já viveu muito: uma grave lesão no ombro, um acidente bizarro no México e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Pequim, em 2008, por exemplo. Por estes dias (e até dia 19) está no Algarve a jogar o Mundialito de seleções.

A jogadora norte-americana é a principal figura da seleção, mas não é apenas conhecida pelos dotes dentro de campo. Nos últimos anos, fez várias sessões fotográficas, algumas bastante ousadas, para uma marca desportiva, e quase chegou a «celebridade de Hollywood», por participar num dos programas de televisão com maior audiência nos Estados Unidos.

Mesmo assim, este não é um dos temas dos quais gosta de falar. Hope Solo falou à Lusa do seu lado profissional e contou, entre várias coisas, como ultrapassou a grave lesão no ombro direito, que quase a afastou dos relvados.

«Fico feliz por cada mês que passa. Já passaram cerca 17 meses desde que tive esse problema. Não é o mesmo ombro que tinha antes da operação, mas vai ter de funcionar e até agora está a funcionar», revelou.

Aos 30 anos e há já vários no futebol, Hope guarda muitos momentos e ainda tem na mente a final do Mundial 2011, que perdeu para o Japão, no desempate por grandes penalidades. «Ainda não fui capaz de visionar esse jogo. Se o tentasse fazer, acho que ainda seria muito doloroso para mim», desabafou.

Apesar de falhar o título mundial, a guarda-redes venceu o prémio de melhor na sua posição e sente que isso contribuiu para a modalidade ganhar mais adeptos no mundo. «Não ganhámos, mas aquela final transcendeu tudo o que eu alguma vez senti como atleta. Nem quando ganhei o ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim me senti assim», revelou.

E essa medalha de 2008 está guardada num sítio especial em sua casa, para poder relembrar e reviver aquele que foi até agora o momento mais alto da sua carreira. No entanto, há outro acontecimento que recorda quase todos os dias: o acidente estranho num jogo no México.

«As balizas ainda tinham aqueles ganchos ferrugentos para segurar as redes. A jogadora mexicana fez um remate fantástico ao canto superior, eu tentei fazer a defesa e fiquei pendurada com o meu braço preso no gancho. Abri o braço todo e desmaiei imediatamente», disse, ela que agora tem uma enorme cicatriz que marca o momento.