Por Francisco Frederico

A Académica conquistou a primeira vitória na Liga depois de ter conhecido os outros dois resultados possíveis nas anteriores jornadas. Os três pontos assentam bem à equipa de Sérgio Conceição, que fez por merecê-los, mas precisou de mudar de postura na segunda parte para empreender uma reviravolta no marcador.

O Belenenses, irremediavelmente mais último na tabela depois deste jogo, beneficiou de uma grande penalidade para se colocar na frente, sem justificar minimamente a vantagem, conseguiu enervar os estudantes, mas não teve a mesma sorte na segunda metade do jogo.

Aliás, os azuis do Restelo acabaram um jogo dando uma péssima imagem, com nove jogadores, depois de duas expulsões, com destaque para a segunda, por agressão. Anda muita gente de cabeça perdida para os lados de Belém¿

Num autêntico clássico de aflitos, a pressão dos pontos (ou falta deles) notou-se mais do lado do Belenenses, que começou por surpreender no onze com a presença de Fábio Sturgeon no lugar do habitual ponta-de-lança, Deyverson.

A aposta num jogador mais móvel denunciava desde logo a intensão de Michel Van der Gaag de procurar a contensão e espreitar o contra-ataque. O jovem formado no Belém viu, porém, o azar bater-lhe à porta ainda nos instantes iniciais do jogo, e teve de ser rendido, justamente, pelo colega esperado inicialmente na equipa.

Recorde o AO MINUTO do jogo

A Académica assumiu, pois, desde cedo, as despesas do jogo, com pouco intensidade no ataque, é certo, até pelas faltas sistemáticas dos azuis, que ajudavam a quebrar o ímpeto dos da casa. Ainda assim, o perigo rondou sempre mais a baliza de Rafael Veloso, e Marcos Paulo até atirou à trave, num livre direto.

O Belenenses começou, a certa altura, a equilibrar as operações, subindo um pouco as linhas, e, num lance em que Manoel não está isento de responsabilidade pela forma como tenta aliviar uma bola que tinha ido à barra: meter o pé onde o adversário iria meter a cabeça foi fatal.

Tiago Silva converteu a grande penalidade e os azuis, se já estavam a sentir-se confortáveis no jogo, passaram a jogar com o dobro da motivação e crença. O golo teve o efeito contrário sobre os estudantes, que perderam discernimento e critério no ataque.

E de repente tudo mudou

O intervalo terá ajudado a esclarecer algumas ideias no balneário estudantil e as entradas de Marinho e Rafael Oliveira também ajudaram. O primeiro deu o mote com uma tentativa de chapéu, mas foi a partir dos 57 minutos, com o golo do empate (Bruno China) que tudo se transformou.

Pior do que sofrer a igualdade, os azuis do Restelo «perderam», em apenas dois minutos, Fernando Ferreira, por lesão, e Kay, por expulsão. Estava relançado o jogo, agora com a Briosa claramente por cima.

Confira a FICHA e as NOTAS dos jogadores

Até à reviravolta total, graças ao faro de Marinho, foi um ápice. A mudança de atitude da equipa da casa foi determinante e, aliada ao infortúnio do adversário, o resultado acabou por se ajustar aquilo que foi o jogo.