Os exercícios da Académica continuam a dar lucro e, nesta terça-feira, os sócios do clube de Coimbra ficaram a saber que as contas relativas a 2010/11 encerraram com um saldo positivo de 43 989 euros. O resultado está, todavia, bem longe do alcançado noutras épocas, nomeadamente na anterior, que rondou um milhão de euros. As contas foram aprovadas pela maioria dos cerca de 50 (com 12 abstenções) sócios presentes em Assembleia Geral.

O passivo total do clube diminuiu, desta feita, apenas 85 mil euros, um dos valores mais baixos das últimas épocas em que se verificou uma redução nesta matéria, cifrando-se agora em 10, 8 milhões de euros. Contudo, a Direcção dos estudantes evoca uma verba de 900 mil euros que não pôde ser contabilizada no abatimento do passivo, à data do fecho das contas.

Para o resultado positivo, contribuiu, ainda, a venda de Emídio Rafael ao F.C. Porto, estabelecida em 400 mil euros (240 mil euros para a Briosa por 60 por cento do passe), que não pôde ser incluída nas contas do exercício anterior por se ter verificado após 30 de Junho.

O vice-presidente para a área financeira mostrou-se ainda «preocupado» com o aumento do IVA de 6 para 23 por cento. «Não se compreende como outros espectáculos, caso da Música e do Teatro foram abrangidos por uma redução e o futebol não. É o País que temos e as decisões são dos políticos. Pensem na diferença daquilo que vamos ter de entregar ao Estado pelo jogo com o Benfica, em Fevereiro, comparado com o anterior regime», afirmou Manuel Arnaut.

Os próximos tempos, confirmou depois o presidente José Eduardo Simões, vão ser ainda de maior aperto no cinto, e as receitas não crescem. «Todos os jogos desta época deram resultado negativo, só no último, com o Sporting, houve lucro», afirmou o líder dos estudantes, apontando ainda a anterior temporada como a pior em termos de assistências desde a remodelação do estádio, em 2003. Já a actual, apresenta uma subida de «10 a 15 por cento» nessa matéria.

O clube, foi ainda revelado pelo dirigente, voltou a inscrever-se nas competições europeias. Também se ficou a saber que nenhum atleta recebe mais de 80 mil euros/época, razão pela qual o orçamento da Briosa é «um dos cinco mais baixos» da Liga.