O treinador da Académica, Domingos Paciência, lamentou nesta sexta-feira a decisão da Mancha Negra, principal claque do clube, de não comparecer no próximo jogo da equipa, este domingo, frente ao V. Setúbal. O técnico garante, todavia, que o défice de apoio das bancadas não irá afectar o rendimento dos jogadores, embora relembre que as claques são importantes, sobretudo nos momentos mais complicados para as equipas.
«É evidente que as divergências [entre a Mancha Negra e a Direcção da Académica], a nós profissionais do clube, nos passam ao lado. Não estamos nem de um lado, nem do outro, somos pela Académica. Enquanto intervenientes de um espectáculo, gostamos sempre que as pessoas estejam presentes. Hoje em dia, qualquer claque tem influência sobre a equipa, porque a apoia. São necessárias, porque valorizam o espectáculo. Gostaríamos que as coisas estivem resolvidas. Talvez no futuro. Mas não penso que isso vá afectar a equipa. Os jogadores estão preparados para jogar e para ganhar. É para isso que trabalhamos», asseverou o treinador dos estudantes.
Dissecada a questão do dia, Domingos Paciência abordou a partida com os sadinos, começando por tornear a questão do cansaço que o adversário poderá sentir, por ter jogado na última quinta-feira, para a Taça UEFA. «Esse é um aspecto que deve preocupar o treinador do V. Setúbal. A nós, compete-nos fazer o nosso trabalho e colocar em campo a nossa forma de jogar. Queremos entrar bem e assumir o jogo. Se isso acontecer, se conseguirmos encontrar a base para o sucesso, o resto virá com naturalidade. O importante é que a Académica coloque em campo todo o trabalho, disponibilidade e determinação que tem vindo a demonstrar», sintetizou o técnico.
O facto de os conimbricenses não conseguirem vencer os sadinos em casa, em partidas para o campeonato, há 10 anos também parece não tirar o sono a Domingos: «Isso nem nos passa pela cabeça. Vamos procurar fazer o nosso jogo, contra um adversário em bom momento, que joga na Taça UEFA, e não nos vamos deixar condicionar pelo passado. Se fosse assim, nunca teríamos conseguido quebrar alguns enguiços como ultimamente.»
Domingos Paciência considerou ainda que a pausa na Liga foi positiva, porque «permitiu trabalhar certos aspectos» menos conseguidos nos primeiros jogos e facilitou a recuperação de vários atletas. «As minhas escolhas estão agora mais difíceis», analisou.