O Estoril disse adeus aos empates e voltou às vitórias na Liga quase dois meses depois, mantendo-se na perseguição ao Nacional no quarto lugar, agora novamente apenas à distância de um ponto. Os canários revelaram uma tremenda eficácia e sangue frio para sair com os três pontos de Coimbra. Agora, com 30 pontos, e a manutenção garantida, será tempo de assumir por fim a candidatura europeia...

Além de ter marcado numa altura em que não o justificava, depois de ver a equipa da casa desperdiçar um par de oportunidades, teve de suportar a reação dos homens de Conceição durante a segunda parte, que ainda viram o árbitro anular-lhes injustamente um golo de Rafael Lopes.

Faltou Sebá aos estorilistas, e com dois pontas-de-lança no banco (Luiz Phellype e o jovem Ricardo Vaz) ainda longe do ponto ideal, Balboa voltou a assumir o lugar mais central do ataque. Não é o seu «habitat natural», mas o internacional da Guiné-Equatorial provou que isso não o impede de ser produtivo.

O triunfo da equipa da Linha começou a desenhar-se ao correr do pano para o intervalo, justamente na cabeça do ex-Beira Mar. O resultado era, todavia, lisonjeiro para os homens da Linha ao intervalo, pese o início dominador. A Académica reagiu bem, poderia ter aberto o marcador num par de ocasiões, mas não conseguiu concretizar. Pagou caro a falta de pontaria.

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Os comandados de Marco Silva apresentaram-se em Coimbra com créditos devidamente salientados por Sérgio Conceição no lançamento do jogo, como melhor equipa a jogar fora de portas depois de Benfica e Sporting, e segundo conjunto mais concretizador também nessa condição.

Não admira, pois, que tivesse vindo assumir o jogo, aceitando o convite feito pela Académica, que se sente mais confortável assim, mesmo em casa, quando os adversários correm os riscos, por forma a poder explorar o contra-ataque e aproveitar algum erro alheio.

A equipa da linha jogava de forma muito curta e Sérgio Conceição, apercebendo-se disso, mandou a equipa pressionar mais alto e isso teve efeitos práticos num mau atraso de Rúben Fernandes que Rafael Lopes não aproveitou por pouco.

Ao mesmo tempo, os estudantes iam conseguindo ganhar bolas mais à frente, conquistando faltas ou cantos. Num destes últimos, Ivanildo solicitou o centro de Marcelo, e este descobriu Halliche solto ao segundo poste, mas o argelino, com tudo para marcar, acertou nas malhas laterais.

Estava melhor a Académica na partida, depois do domínio inicial dos forasteiros, que ameaçaram apenas através de um remate de muito longe de Evandro. O golo de Balboa acaba, por isso, por surgir contra a corrente, quando todos já esperavam o intervalo e a Briosa dava a sensação de ter o jogo controlado.

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Sérgio Conceição mexeu logo ao intervalo, lançando Salvador Agra e Magique, para colocar a equipa a jogar num 4-4-2 mais pressionante e podia ter tirado partido da estratégia logo nos primeiros minutos.

A equipa de Coimbra chegou mesmo ao empate, por Rafael Lopes, mas o árbitro anulou o lance (mal), porque, do cacho de cinco jogadores, apenas o ex-Penafiel, autor do remate certeiro, não estava em fora-de-jogo.

A Briosa não se deixou afetar e continuou a empurrar o Estoril para a sua área, forçando Wagner e seus pares a passarem por permanentes sobressaltos. A equipa de Marcos Silva, no entanto, é muito forte na posse de bola e soube como «congela-la» quando foi preciso.

O jogo terminou com os ânimos exaltados nas hostes conimbricenses, com as expulsões do direitor desportivo do clube, além do próprio Sérgio Conceição, já depois do apito final.