Os jogadores da Académica têm razões para sorrir quando pensam na última visita a Alvalade ou não tivesse a Briosa regressado de Lisboa com uma preciosa vitória¿ que acabou por ditar a saída de José Peseiro. Nessa noite de 16 Outubro de 2005, um golo de Marcel, apontado aos 29 minutos, foi quanto bastou para assegurar os três pontos e provocar um «terramoto» no covil do leão.
Da equipa que se pode gabar de tal proeza ¿ havia 30 anos que os «estudantes» não ganhavam em casa do Sporting! ¿ restam poucos jogadores no plantel actual. Com participação directa no encontro, permanecem apenas Pedro Roma, Nuno Piloto, Nuno Luís, Filipe Teixeira e Roberto Brum. Estes dois últimos recordaram esses célebres 90 minutos, revelando vontade de repetir a façanha.
«As recordações desse jogo são as melhores. Foi uma vitória importante, numa altura em que precisávamos de pontos. O Sporting atravessava um momento difícil e a prova é que acabou por trocar de treinador após essa partida. Agora, o contexto é completamente diferente, a equipa está mais forte e tem excelentes jogadores, capazes de fazer a diferença», relembra Filipe Teixeira, que assegura nunca ter pensado no facto de aquele resultado ter ditado o afastamento de José Peseiro: «É uma questão que não nos diz respeito. Sabíamos que o Sporting estava intranquilo, procurámos fazer o nosso jogo e, felizmente, conseguimos fazer aquele golo e ter a sorte de não sofrer nenhum.»
Brum quer «outra dose»
Roberto Brum complementa o colega com um dado importante. «No futebol, uma das tarefas dos jogadores é quebrar tabus. E neste caso havia 30 anos que a Académica não vencia em Alvalade», relembra o médio da Briosa, empenhado em «pedir uma nova dose»: «É sempre gostoso repetir as coisas boas da vida.»
Quanto à «chicotada psicológica» resultante da vitória da sua equipa, Brum considerou que esse facto é mais um contributo para que o Sporting encare a Académica com «outro respeito». «É algo que eles terão de ter em consideração», avisa o jogador, para quem uma nova vitória sobre os «leões» seria a prova que faltava de que os «estudantes» (ainda) sabem «aliar as boas exibições aos triunfos».
Em Alvalade, o camisola 6 dos conimbricenses vai tentar anular um dos seus jogadores predilectos: João Moutinho, que considera um símbolo da equipa «leonina»: «O Sporting investe muito nas camadas jovens e isso ajuda a criar uma grande identidade e identificação com a camisola e os adeptos. Eu sei o que isso é porque cresci no Fluminense, onde passei 11 anos.»