Um duelo de irmãos. É aquilo que espera os adeptos que se deslocarem ao Estádio Cidade de Coimbra, no próximo domingo, para a assistir ao Académica-Sp. Braga. Pelos da casa, estará Carlos Aguiar, o mais velho, recém-chegado do Uruguai, do outro, o mais novo, que já cá estava no ano passado, e também passou, curiosamente, pela cidade dos estudantes.
Será um momento especial para ambos? Seguramente, mas sobretudo num convívio à volta da mesa, depois das emoções do jogo, como sempre fizeram, quando tiveram de se defrontar, o que já aconteceu por três vezes, com dois empates e uma vitória para o lado de Luís. Está na hora de o mais velho do clã acertar as contas¿
«Claro que quero ganhar, mas não por esse motivo em particular. É pela Académica que vou lutar pelos três pontos, para que consiga subir na classificação. Falamos todos os dias, mas não do jogo. Cada um faz o seu trabalho, em prol da sua equipa, e estamos ambos muito contentes e agradecidos por estarmos a jogar em Portugal. Apostas? Não. Só depois da partida, aí, vamos comer juntos e falar um pouco do que correu bem ou mal», desvenda ao Maisfutebol.
Do irmão, Carlos não teve de falar aos colegas durante a semana, pois conhecem-no bem ou não tivesse sido decisivo em algumas partidas da Briosa na última época. «É um excelente jogador, mas ainda é melhor como homem», assegura, de forma nada insuspeita.
Luís sempre atrás do mano
Luís Aguiar é sete anos mais novo e, por isso, sempre seguiu o mano mais velho para todo o lado. Quando tinha dez anos, veio do interior do Uruguai para a capital, Montevideu, para acompanhá-lo no Rampla Juniors, mas acabou por rumar ao Liverpool local, estreando-se na primeira divisão com apenas 16 anos. «Ensinei-lhe muitas coisas, desde os tempos em que jogávamos na rua, mas para se tornar no jogador que é hoje o mérito foi todo dele», garante o médio da Académica, que não esconde a forte ligação ao irmão e o constante intercâmbio de ideias entre eles.
Carlos Aguiar, como é óbvio, é um perfeito conhecedor da carreira do irmão e não hesita em afirmar que está a «atravessar o seu melhor momento de sempre». «Acredito que pode voltar à selecção. Está a demonstrar, todos os dias, que o merece», sublinha.
O clã Aguiar é constituído ainda por dois irmãos, que nunca chegaram a profissionais, e duas irmãs. Quando estavam todos no Uruguai, chegavam a dividir-se para que não faltassem a cada um dos jogos de Carlos e de Luís. «São os nossos principais hinchas [adeptos]. Agora, a distância é muito grande e não nos podem acompanhar ao vivo. É esta a nossa profissão e sabemos que eles também estão contentes por nós.» Neste domingo, seguramente, toda a família estará reunida à frente do televisor, do outro lado do Atlântico¿