O presidente da claque da Académica, Mancha Negra, esteve nesta quarta-feira no treino da equipa durante o qual teve oportunidade de conversar com o presidente e o director-desportivo do clube.
O tema da conversa, que não foi revelado publicamente, terá versado sobre a última sequência de maus resultados da equipa, que continua a demonstrar fraco desempenho fora de portas (apenas dois pontos) e voltou a perder, na passada segunda-feira, desta feita em casa do lanterna vermelha da Liga na altura, o V. Setúbal.
Depois de terem recebidos a equipa em fúria no regresso à academia, logo a seguir ao jogo, os dirigentes da Mancha - o vice-presidente Ricardo Lopes também participou no encontro - fizeram agora uma abordagem mais institucional, numa tentativa de perceber o que se passa com a equipa e de que forma é possível mudar os acontecimentos, isto apesar da Académica ocupar um relativamente tranquilo 11º lugar, a quatro pontos de distância da linha-de-água.
Durante o treino, no qual Domingos Paciência deu indicações de poder voltar a jogar em 4x2x3x1 frente ao Marítimo, no próximo domingo, há a registar as ausências de Sougou, que fez corrida, e de Nuno Piloto, devido a uma mialgia.
Sub-capitão declara «alerta máximo a partir de agora»
Miguel Pedro, sub-capitão dos estudantes, referiu no final do treino que os protestos a seguir à derrota em Setúbal são normais e compreensíveis. «Sei que a intenção não é prejudicar-nos mas antes tentar mudar alguma coisa. Compreendo a atitude. Nós também ficamos chateados quando perdemos e ainda por cima daquela forma. Isto acontece em todos os clubes», afirmou o camisola 10 da Briosa, que vai falhar o próximo encontro, devido a castigo.
Quanto às sequelas desta contestação, Miguel Pedro admite que notou «alguma apreensão» nos jogadores mais novos, «como o Licá ou o Éder», mas uma conversa de Domingos Paciência com eles, no sentido de relativizar a questão, terá ajudado a acalmá-los. «Queremos mostrar aos adeptos que estão errados, para que nos apoiem em vez de proferir palavras de desagrado. Queremos que passem a ter orgulho em nós e não vergonha», acrescentou.
Na mesma linha de raciocínio, o sub-capitão da Briosa assegurou que o incidente só servirá para motivar os jogadores no encontro com o Marítimo: «Se influenciar, só pode ser de forma positiva. O nosso plantel é jovem e quer vencer. Já nos aconteceu isto após o jogo com a Naval e demos a volta por cima. Se calhar, vamos passar a jogar mais concentrados. Vamos passar ao estado de alerta máximo a partir de agora.»