A Académica desloca-se este domingo ao Estádio da Luz e levará na comitiva dois jogadores que conhecem bem o palco do jogo. Rui Nereu e Amoreirinha trajavam de águia ao peito em 2005 quando o Benfica foi campeão pela última vez e vão voltar ao ninho da águia mais uma vez, agora no papel de adversários.
Para o guardião será, até, a primeira vez que terá oportunidade de defrontar a ex-equipa pois, nas anteriores, foi sempre como suplente. «Já lá estive duas vezes no banco e tive a felicidade de participar em duas vitórias [0-3 e 0-1]. Este ano vamos com pensamento positivo para trazermos um bom resultado. No futebol, nem sempre a lógica impera», recorda o jovem guarda-redes.
Os estudantes partem para o jogo sob o estímulo de dois triunfos consecutivos mas sabem que não será fácil igualar semelhante feito. «Cada jogo tem a sua história, o Benfica está diferente e a Académica também. A responsabilidade é toda deles, porque lutam pelo título e nós só temos de fazer o nosso trabalho, conscientes das dificuldades, jogando de forma organizada e coesa. Estes jogos exigem sobretudo concentração e uma entrega e solidariedade maiores do que o habitual», receita Amoreirinha, que só esteve uma época no Benfica, precisamente aquela em que Trapatoni deu o último campeonato aos encarnados.
Um ano apenas que deixou boas memórias no álbum de recordações do central. Agora, é altura de olhar em frente: «É verdade que passei bons momentos no Benfica. É mais um regresso. Eles estão no num bom momento mas nós também. Agora que saímos do fundo da tabela queremos aproveitar esta fase positiva.»
À espera de muito trabalho
Num aspecto os dois jogadores são unânimes: jogar na Luz, actualmente, implica grande sacrifício para qualquer equipa. «Vai ser um jogo diferente. O Benfica está muito bem este ano, tem jogadores muito bons. Em princípio, estou à espera de ter mais trabalho do que habitualmente, mas estou preparado, tanto eu como os meus colegas», assegura Nereu, enquanto Amoreirinha destaca que não será a defesa que terá maiores preocupações: «Estamos à espera de muito trabalho em todos os sectores. A Académica funciona como um bloco e, por isso, todos terão a sua quota-parte.»
Se houver tempo, ambos não deixarão de trocar algumas palavras, antes do jogo, com aqueles que ainda se mantêm no plantel, como Nuno Gomes ou Quim. Cumprimentos necessariamente rápidos porque o futebol nem sempre se compadece com sentimentalismos: «Tanto jogadores como pessoas que lá trabalham, deixei lá muitas amizades, e será bom vê-los de novo e recordar tempos passados mas, como diz o ditado, amigos, amigos¿ negócios à parte», avisa Rui Nereu.