Não foi só Jorge Costa que abandonou o futebol. A equipa que deixou em Coimbra também parece ter-se esquecido de tudo aquilo de bom que fez enquanto o antigo central esteve na cidade do Mondego.

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Na linha daquilo que mostrou nos últimos dois jogos de 2010, marcados por duas pesadas goleadas sofridas aos pés de Marítimo e Sp. Braga, o conjunto agora liderado por José Guilherme apresentou-se este domingo sem alma, sem pinga de sangue, apenas como uma sombra daquilo que foi.



A equipa de Rui Vitória é que não soube aproveitar a má organização dos da casa e desperdiçou oportunidades atrás de oportunidades, sobretudo na segunda parte, quando assumiu em definitivo uma estratégia de contra-ataque.

Ainda assim, o resultado não deixa de agradar mais aos «castores», que somaram mais um ponto na luta pela permanência, num momento em que o plantel se viu fustigado pelas lesões e ainda amputado de André Leão, devido a castigo.

O P. Ferreira aproveitou bem o terreno concedido pelos da casa e, guiado pelos passes certeiros de David Simão, começou cedo a ameaçar Peiser. Pizzi teve o golo nos pés mas o francês foi lesto a fazer a «mancha».

Com tantos motivos para lutar pela vitória - estreia do novo treinador, o desejo de oferecer os três pontos ao lesionado Amoreirinha ou simplesmente a necessidade de corrigir à má imagem dos últimos dois encontros -, estranhava-se das bancadas a incapacidade da Briosa em pegar no jogo e atacar com um mínimo de organização. Perto do final da primeira parte, os assobios fizeram-se ouvir mas voltariam mais tarde. Sintomático.

A Académica teve apenas uma oportunidade nos primeiros 45 minutos, por sinal a mais flagrante de todas, num livre de Diogo Valente que Sougou quase desviou para a baliza de Cássio. Depois disso, a equipa soltou-se um pouco, teve uma outra jogada bem delineada, mas inconsequente no ponto de vista da finalização. O Paços passou a ter mais dificuldades para chegar perto de Peiser mas, ainda assim, gozava de demasiado à-vontade para se movimentar no seu meio-campo.

Briosa bem tenta mas Paços reage melhor

Os minutos iniciais da segunda parte trouxeram uma Briosa transfigurada ¿ também era difícil fazer pior. Sougou voltou a estar em evidência ao proporcionar a Cássio a defesa da tarde, com os pés quando o senegalês se preparava para assinar um remate vitorioso. Os castores responderam de imediato e, pelo menos, o jogo tendia para ser bem mais movimentado.

O grito de revolta dos estudantes foi rapidamente absorvido pela equipa de Rui Vitória, que subiu as linhas e voltou a estar muito perto de inaugurar o marcador, enquanto os comandados de José Guilherme ficavam a ver jogar. Pizzi e Rondon estiveram a um passo de inaugurar o marcador e Peiser, mais uma vez, foi providencial entre os postes. Na retina ficou uma defesa fantástica num livre de Manuel José. Por esta altura, o Paços justificava plenamente a vitória.

José Guilherme, pese a forma com via a equipa ser manietada em casa, não assumiu riscos, limitando-se a fazer trocas directas, embora Sougou tivesse passado a jogar mais em cunha, próximo de Éder. Mas enquanto a equipa da casa era incapaz de mostrar argumentos no último terço do terreno os forasteiros iam desperdiçando ocasiões em contra-ataque. O Paços só não saiu de Coimbra com os três pontos por mero acaso.