Rogério Gonçalves foi oficialmente apresentando nesta segunda-feira como novo treinador da Académica e, apesar de reconhecer que o desafio é grande (devido ao sétimo lugar alcançado pela equipa na última época), quer superar a marca do antecessor, Domingos Paciência.
«Reconheço que a fasquia está alta mas temos de olhar para cima e com pressupostos positivos porque só assim poderemos chegar mais alto. O bom campeonato e a classificação, a melhor do clube nos últimos 25 anos, serão a nossa referência para tentarmos fazer melhor. Vou pedir dedicação, inteligência e empenhamento aos jogadores no sentido de eles perceberem o que queremos, isto é, deixar o olhar apenas para a manutenção e almejar a algo mais», expressou o novo técnico dos estudantes.
Nem o facto de o orçamento do clube para o próximo ano ser mais baixo demove o treinador, que confia na prospecção dos estudantes: «Embora não me compita comentar essa área, penso que não será por ai que deixaremos de atingir os nossos objectivos. Por vezes, nos escalões inferiores encontram-se jogadores, com salários mais baixos, que acabam por dar uma boa resposta.»
Em matéria de reforços, o médio Jonathan Bru é o único garantido até ao momento e, tal como já tem sido referido, «só serão feitas contratações em função das saídas». Mesmo no caso de jogadores potencialmente dispensáveis, casos de Vítor Vinha, Júlio César, Fofana ou Vouho, só serão emprestados quando for assegurado uma alternativa para a respectiva posição, surgindo, à semelhança da última época, o Santa Clara (Liga de Honra) como principal candidato a receber alguns desses atletas.
Presidente diz que vice foi ouvido sobre o treinador
À margem da apresentação, o presidente da Académica garantiu que o vice-presidente (Jorge Alexandre) que se demitiu na semana passada alegando não ter sido consultado na escolha do novo treinador foi efectivamente ouvido no processo e, apesar deste ser o presidente do clube satélite dos estudantes, a relação entre as duas instituições não está em perigo.
«Em democracia ele é livre de dizer o que quiser. Mas o facto é que isso não aconteceu [não ter sido ouvido]. As melhores pessoas são as que continuam connosco e é com elas que contamos até ao fim», comentou José Eduardo Simões, negando ainda que a aposta em Rogério Gonçalves tenha resultado da sua escolha pessoal.
O nome do vice que irá desempenhar as funções de Jorge Alexandre enquanto responsável pelo futebol, continua no segredos dos deuses, tendo o dirigente referido apenas que «o departamento de futebol continua a trabalhar na nova época».
Sobre o relacionamento com o Tourizense, do qual Jorge Alexandre é o presidente, o líder da Briosa reiterou que «as portas do clube continuam abertas». «Na semana passada, enviámos uma carta sobre as condições em que estamos disponíveis a colaborar», relembrou José Eduardo Simões, classificando como «estranha» a atitude do responsável do clube de Touriz ao ter decidido «mudar de opinião» e apontar Tó Margarido como novo treinador em vez de apostar outra vez em Zé Nando, o técnico da Académica que fazia a ponte entre os dois clubes.