Na ressaca de uma dececionante participação europeia, só o Sp. Braga foi capaz de obter a desejada redenção. Relegados para o quarto lugar pelo Rio Ave, os minhotos surgiram acossados em Coimbra e fizeram o que lhes competia para não se atrasarem mais em relação a F.C. Porto e Benfica.

Já a Académica, normalmente muito concentrada e incisiva nos jogos com os grandes, revelou a sua pior face, com desconcentrações e erros de marcação primários, que inviabilizaram a possibilidade de conseguir algo deste logo. São 219 dias sem vitórias em casa para o Campeonato e uma queda para o penúltimo lugar da classificação. Não há milagres.

Talvez a semana de viagem para ir e voltar de Israel tenha tido influência, mas a verdade é que a equipa de Pedro Emanuel foi uma caricatura daquilo já fez esta época. O Sp. Braga foi amplamente superior e não precisava de tamanha «ajuda».

Calma, qual calma?

O início insípido do jogo, com as duas equipas claramente desinteressadas em pegar no jogo, em nada fazia prever os dois golos de «rajada» dos bracarenses, que aproveitarem bem as fragilidades da defesa local.

Primeiro foi a infelicidade de Ricardo na abordagem ao remate fortíssimo de Ismaily, sem esquecer a passividade do lado direito da Briosa. Pouco depois, novamente pelo mesmo lado, mas com o brasileiro na assistência, foi Rúben Amorim quem fruiu do tapete vermelho.

Recorde como vivemos o JOGO

Em menos de 10 minutos, os arsenalistas lograram uma vantagem confortável, mas pelo meio, também Éder e Alan podiam ter marcado num início frenético para os homens de Peseiro que mergulhou num profundo pesadelo os donos da casa, incapazes de se encontrarem.

Não só não conseguiam reagir, exceção feita para um livre de Edinho, como continuavam incapazes de encontrar um antídoto à altura para travar o vendaval do Minho. Pedro Emanuel não perdeu tempo e lançou Makelele e Afonso quase a frio, mas havia que fazer qualquer coisa. O pior é que Marinho saiu lesionado.

Depois de um primeira parte em que Beto não chegou sequer a tocar na bola, o internacional português foi chamado a intervir logo no dealbar da etapa complementar. A Briosa conseguiu criar mais perigo logo nesses minutos iniciais do que em todo o primeiro tempo.

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A ideia era boa, o problema é que a manta, por mais que se queira, não estica. Mossoró teve mérito na jogada, mas gozou de tanto espaço e liberdade que só podia dar nisto. O Sp. Braga fez o terceiro e arrumou de vez com a partida.

Hélder Barbosa ainda falhou o quarto da noite, sozinho na pequena área (nem o guarda-redes tinha pela frente), depois do passe de Mossoró, mas Carlão, esse, não haveria de se fazer rogado e elevou o resultado à qualidade de goleada. Cissé reduziu, fixando o desfecho final.

A Académica termina assim o ano apenas com uma vitória para a Liga, a 5 de Maio, frente ao V. Setúbal e, na próxima jornada, viaja até Moreira de Cónegos, onde mora o último classificado. Vida dura para Pedro Emanuel.