O vice-presidente para a área financeira da Académica, Luís Godinho, a quem o jogador da Briosa Dame NDoye imputou uma tentativa de burla ao propor-lhe um novo contrato com o clube fazendo-o crer que iria assinar um documento tendente à aquisição de uma viatura, decidiu suspender o seu mandato por tempo indeterminado.
Esta foi a principal consequência da reunião realizada na noite da última segunda-feira, que se prolongou por quatro horas, e no final da qual a direcção dos «estudantes» se declarou «perfeitamente esclarecida» com as informações prestadas pelo dirigente.
«Não obstante, considerando o vice-presidente da AAC/OAF, Luís Guilherme Godinho que, não abdicando de exercer o seu direito à defesa do seu bom nome pessoal e profissional, manchado com as imputações que injustamente lhe foram feitas, não tem condições para o fazer continuando no exercício efectivo de funções, manifestou o pedido de suspensão de mandato, o qual foi aceite», pode ler-se no comunicado emitido no final do encontro.
No documento entregue aos órgãos de comunicação social, a Académica refere não fazer «o mínimo sentido» associar o processo de renovação do contrato de Dame N¿Doye a «episódios supostamente ocorridos a propósito de actos de natureza exclusivamente privada do atleta, relacionados com a aquisição de uma viatura automóvel, ainda que a entidade comercial que com este tenha negociado, seja propriedade de alguém que, fazendo disso seu modo de vida, é simultaneamente vice-presidente da AAC/OAF».
Esta posição é sustentada no facto de o clube já ter, «de há algum tempo a esta parte», encetado o procedimento tendente à renovação do contrato do jogador, «com naturais contrapartidas remuneratórias acrescidas», sem prejuízo do exercício do direito de opção, por mais duas épocas, que lhe confere a cláusula incluída no documento subscrito pelo atleta a 30 de Agosto de 2006. «No referido contrato, dispõe-se expressamente que a AAC/OAF terá direito de opção pela renovação do presente contrato para as épocas 2007/2008 e 2008/2009, o qual deverá ser exercido através de comunicação escrita dirigida ao jogador até ao dia 30 de Abril de 2007», acrescenta o comunicado.
Dame NDoye recusou, todavia, a proposta de renovação que lhe foi feita e mantém-se, para já, decidido a abandonar a Briosa no final da época, alegando, tal como sublinhou no passado sábado ao MaisFutebol, que a cláusula em causa não tem validade jurídica.