O Benfica está prestes a assegurar três jogadores do Varzim no seguimento do acordo celebrado com os poveiros em Dezembro passado, que garantia preferência sobre os jogadores do plantel principal e da formação poveira durante quatro épocas, mediante um contributo monetário do emblema encarnado.

Acordo Varzim/Benfica: conheça as pérolas da Póvoa.

Os encarnados encetaram negociações com o defesa central Neto, o médio Tiago Terroso e o ponta-de-lança Rafael Lopes, como confirmou o MaisFutebol junto do presidente dos poveiros, Lopes de Castro.

«Confirma-se que há acordo com o Benfica para as saídas dos três jogadores por 250 mil euros, que não é mais do que a verba acordada em Dezembro entre os dois clubes. Agora, cabe ao Benfica negociar com os atletas e respectivos empresários. Será deles a última palavra», revelou.

O dirigente varzinista acrescentou que «quando a transferência dos três jogadores se consumar o acordo extingue-se».

«Uma mina de ouro para explorar ao máximo»

O MaisFutebol procurou saber mais e foi à Póvoa de Varzim esmiuçar os meandros do protocolo. Aproveitou e entrevistou Neto e Rafael Lopes, a disputar a Liga Orangina e numa luta hercúlea pela manutenção.

O vice-presidente e director desportivo, Alfredo Costa, explicou como nasceu o negócio. «O presidente do Varzim, Lopes de Castro, propôs ao Benfica um acordo que englobava jogadores do plantel e formação. Sabendo muito bem o que temos aqui, o Benfica aceitou de imediato», disse o dirigente, fazendo ainda um alerta: «Atenção, o Varzim não foi vendido ao Benfica. Havia um acordo de cavalheiros assinado».

A ligação ao Benfica foi vista como um corte de relações com o F.C. Porto, clube que sempre manteve contactos privilegiados com o Varzim, como, por exemplo, nas transferências de Bruno Alves e Hélder Postiga para o Dragão. Alfredo Costa nega contactos. «Que eu tenha conhecimento o F.C. Porto não disse nada ao Varzim. Oficialmente, penso que não. É possível que tenha havido entre presidentes. O Varzim teve necessidade momentânea de fazer este negócio para o bem do clube», salientou.

Por fim, o director desportivo apresentou o modelo de gestão poveiro como o futuro dos clubes mais pequenos do futebol português. «O acordo ocorreu muito por causa da situação financeira do futebol português, não só do Varzim.

O clube está a preparar o futuro, por isso tem de pensar em fazer negócios de maior amplitude».

«O Benfica é um clube grande em Portugal e na Europa, o que nos permite chegar a outros palcos. Temos de pensar em grande. Temos de vender jogadores aos clubes grandes que nos oferecem a possibilidade de bom negócio. O Varzim tem aqui um viveiro, uma mina de ouro que tem de explorar ao máximo», concluiu.