Os adeptos do Manchester United não desistem de lutar contra o novo dono do clube e vão apresentando ideias inovadoras sobre como manter o «verdadeiro» ManUtd. Na perspectiva do grupo de detentores de acções «Shareholders United» (SU) é uma «questão de semanas» até o americano Malcolm Glazer deter cem por cento da sociedade, mas também estão convictos que não possuirá esse estatuto por mais do que «quatro anos».
Seguindo esta linha de raciocínio, o grupo anunciou que detém dois milhões de libras disponíveis (provenientes de uma fundação) para comprar uma parte das acções caso Glazer as ponha à venda no futuro, para além de preverem o lançamento de merchandising próprio para evitar o oficial, que obviamente irá encher os bolsos do americano. O grupo avisa, também, que será elaborado um guia que ajudará os adeptos a boicotarem os maiores patrocinadores do clube, como a Vodafone, a Nike, a Pepsi e a Budweiser.
Esclarecendo a ideia de que Glazer «vai sair dentro de três ou quatro anos», Nick Towle, da SU, considera que essa decisão será tomada independentemente do sucesso que venha a obter no clube, por isso os adeptos têm de estar atentos para a compra de acções mal isso suceda: «Esperamos que a estadia de Malcolm Glazer seja a mais breve possível e nas próximas épocas vamos arrancar com uma estratégia para recuperar o United».
A dívida à banca para financiar a compra do clube afigura-se como o ponto mais fraco do americano. «Em primeiro lugar, vamos pressionar o seu plano de negócio, que está assente num monte de dívidas. A forma como a dívida está estruturada prevê um período de respiração para os próximos anos, mas as medidas punitivas vão começar a atacá-lo pouco depois. Ele espera que nós, os adeptos, paguemos os seus empréstimos, mas isso não vai acontecer», avisou Towle.
A estratégia da «Shareholders United» é ainda mais elaborada, uma vez que pretende atacar directamente o merchandising oficial com a marca «Real United», que inclui um equipamento alternativo a ser vendido na mega store de Old Trafford. Isto, para além do boicote aos programas oficiais vendidos nos dias de jogos, assim como aos bares instalados no estádio que estejam ligados ao clube. Estão previstas outras acções específicas, como a venda de cd¿s e a promoção de eventos que permitam angariar fundos para a fundação «Phoenix».