Faltavam escassos minutos para as 20 horas desta sexta-feira, dia 3 de julho de 2015, quando a urna com os restos mortais de Eusébio da Silva Ferreira entrou no Panteão Nacional, onde agora vai repousar a maior figura da história do desporto português.

A cerimónia de trasladação iniciou por volta das 15h30, no Cemitério do Lumiar, e parou depois no Seminário daquela freguesia para uma missa. 

O cortejo seguiu depois para o Panteão, mas com paragens no Estádio da Luz, Parque Eduardo VII - onde figura a maior bandeira de Portugal em Lisboa - e na sede da Federação Portuguesa de Futebol.


Galeria: trasladação de Eusébio para o Panteão Nacional
 

Já passava das 19 horas quando o cortejo chegou ao Panteão, e a cerimónia final arrancou com Dulce Pontes a cantar o hino.

O pátio exterior do Panteão Nacional estava cheio de figuras ligadas ao Benfica, tais como Luís Filipe Vieira, Rui Costa, Nuno Gomes e alguns ex-presidentes, assim como à família de Eusébio, com destaque para a esposa Flora e as duas filhas, Sandra e Carla, e ao Governo, com Pedro Passos Coelho a marcar presença.

Também os rivais sportinguistas, mas amigos de longa data, Hilário e Manuel Fernandes, estiveram presentes.


Nas janelas das casas à volta do Panteão, várias imagens de Eusébio e muitos anónimos a assistirem também à cerimónia. 

António Simões, antigo colega de equipa e «irmão branco» de Eusébio, foi o primeiro a discursar, tendo sido o escolhido para o elogio fúnebre. Seguiram-se Assunção Esteves, Presidente da Assembleia da República, e por fim o Presidente da República, Cavaco Silva.

Simões referiu estar «a homenagear um ser humano admirável e o melhor desportista português de todos os tempos» e proferiu palavras à altura da ocasião e do significado de Eusébio.

«Eusébio não morreu, só se ausentou fisicamente. Com o seu afastamento, nós é que morremos em parte. A eternidade rima com ele, rima com imortalidade», disse, acrescentando: «Eusébio transportava talento, génio, momentos inigualáveis de futebol. Era arte, cultura e deslumbramento absoluto.»

A cerimónia terminou com o hino nacional, tocado pela banda da Guarda Nacional Republicana, já depois de Rui Veloso ter cantado «Nunca me esqueci de ti» e «Mãe África» e de ter sido exibido um vídeo com momentos gloriosos do Pantera Negra.

Eusébio entrou depois no Panteão, onde vai descansar junto a Almeida Garrett, Amália Rodrigues, Aquilino Ribeiro, Guerra Junqueiro, Humberto Delgado, João de Deus, Manuel de Arriaga, Óscar Carmona, Sidónio Pais, Sophia de Mello Breyner Andresen e Teófilo Braga.

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