Paulo Pereira Cristóvão vai ser ouvido nesta quinta-feira pelo Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, e para além da suspeita de denúncia caluniosa, no âmbito do denominado «processo Cardinal», o ex-dirigente do Sporting terá ainda de responder por mais quatro crimes, escreve o «Correio da Manhã». De acordo com este diário, e também com o jornal «i», existirão mesmo indícios de burla ao próprio clube.

Em causa estarão os contratos celebrados entre o clube e algumas empresas de consultoria, que alegadamente faziam vigilância aos jogadores, e que estariam associadas a pessoas próximas a Pereira Cristóvão.

O vice-presidente do Sporting apresentou a demissão nesta terça-feira. «Há dois meses fui constituído arguido no âmbito do inacreditável processo Cardinal. Nesse mesmo dia suspendi as funções por algumas horas, até constatar a impossibilidade estatutária de tal figura. Sem nunca perder o interesse superior do clube, impus-me o exato timing de dois meses de forma a que pudesse concluir, ou pelo menos deixar encaminhado, um conjunto de obras e melhoramentos», justificou, numa conferência de imprensa sem direito a perguntas.

Um dia depois surgem informações que dão conta de indícios de cinco crimes, algo que surpreende Rogério Alves, advogado do ex-«vice». «Não faço ideia se é assim. Quando aceitei o caso, a pedido do Sporting e do próprio Paulo Pereira Cristóvão, configurava-se uma situação de denúncia caluniosa. Nos últimos dias surgiu um turbilhão de coisas diferentes, na comunicação social, mas só perante o juiz é que vão ser apresentados os indícios», explicou ao Maisfutebol.