O Tribunal Judicial de Guimarães condenou esta quinta-feira o subcomissário da PSP Filipe Silva a três anos de prisão com pena suspensa.

Filipe Silva respondia por dois crimes de ofensa à integridade física qualificada pela agressão, a soco e à bastonada, a dois adeptos do Benfica, em 2015, após o jogo com o V. Guimarães.

O subcomissário estava ainda acusado de dois crimes de falsificação de documento e dois crimes de denegação de justiça e prevaricação, por alegadamente ter elaborado um auto de notícia e um relatório com dados «que não correspondiam à verdade, assim pretendendo justificar a conduta em que incorrera».

O tribunal considerou que todos os factos foram dados como provados.

No julgamento, Filipe Silva admitiu as agressões mas sublinhou que agiu daquela forma por pensar que ia ser agredido.

Disse mesmo que sentiu «medo», face ao clima de tensão que rodeou o jogo disputado nesse dia entre o Vitória Sport Clube e o Sport Lisboa e Benfica.

Alegou que um dos adeptos agredidos o injuriou, o terá cuspido e ofereceu resistência à ordem de detenção, pelo que teve necessidade de recorrer à força, usando primeiro um cassetete e depois um bastão extensível.

Disse ainda que foi agarrado «por trás» pelo pai daquele adepto, um «ataque» a que respondeu com dois murros.

«Agi da forma que foi possível naquele momento de grande tensão e de adrenalina. O nível de força que utilizei não ultrapassou os limites máximos das normas de execução permanente», referiu.

A versão do arguido foi contrariada pelos dois agredidos, tendo o filho garantido que não injuriou nem cuspiu o subcomissário e que apenas gesticulou, face à situação complicada que se estaria a viver no interior do estádio, onde os adeptos do Benfica ficaram retidos no final do jogo, num dia de «extremo calor» e de «muita confusão».

O pai negou igualmente que tivesse tocado ou agarrado Filipe Silva. «Vi o meu filho levar porrada de qualquer maneira e feitio, ia ajudar a ver se ele se livrava daquilo e também levei», descreveu.

Nas alegações finais, o Ministério Público pediu a condenação de Filipe Silva, mas numa pena não privativa da liberdade, o que acabou por acontecer.