A federação da Alemanha confirmou esta sexta-feira que a delegação que vai visitar o antigo campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, visita já anunciada há dois meses, vai incluir alguns dos jogadores do plantel de Joachim Löw.

Uma visita que está a ser preparada ao pormenor, dada a sensibilidade do assunto, pelo que ainda não se sabe a data e o nome dos eleitos para a mediática visita. «A nível simbólico será um sinal importante. É necessário que nos lembremos sempre e que sejamos lembrados, incluindo as próximas gerações, porque as pessoas costumam esquecer, esquecem rápida e completamente», comentou o pedagogo e historiador Klaus Ahlheim.

O historiador lembra que os jogadores são representantes da «terceira geração» que não viveu os horrores da guerra e não foi diretamente afetada por esse passado. Para Klaus Ahlheim, quem visita um local como Auschwitz com estudantes ou jovens deve preparar bem a visita. «Quando os jovens são levados ou vão por obrigação, isso pode ter o efeito oposto ao desejado», alertou.

O especialista defende que a visita deve ser conjugada com situações atuais de antissemitismo, racismo e xenofobia que se vivem no futebol alemão.«Hoje em dia ouvimos gritos de "seu judeu" nos estádios, slogans xenófobos e radicais estão na moda. Isso tem de ser discutido», referiu ainda.

Além da Alemanha, outras seleções, como a Inglaterra, Holanda ou Itália, também já anunciaram visitas ao antigo campo de concentração. A seleção italiana também vai visitar o antigo campo de concentração nazi. «Temos de assegurar que as tragédias do passado não voltem a acontecer. A visita a Auschwitz deve servir como um estimulo para combater todas as formas de discriminação», sublinhou o presidente da federação italiana, Giancarlo Abete.

Os campos de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polónia, foram palco do extermínio de um milhão de judeus pela Alemanha nazi entre 1940 e 1945.