Ricardo Sousa está de saída do Hannover 96, clube para o qual se transferiu no início desta temporada. O ex-jogador do Boavista fez apenas cinco jogos, mas depois lesionou-se e não voltou a ser opção para o treinador. Cansado de «estar a receber sem jogar», espera pela reabertura do mercado para decidir o seu futuro, que pode passar por Portugal ou por outro clube no estrangeiro.
Em conversa com o Maisfutebol o atleta falou das razões que o levaram a aceitar emigrar e dos motivos por que gostaria de regressar. «Quando vim para a Alemanha tinha como objectivo poder jogar num campeonato melhor e com outras ambições, mas as coisas não estão a correr de feição», confessou.
«Comecei a época a jogar e os jogos que fiz correram bem. Depois sofri uma lesão e estive três semanas fora. Em nove jogos a equipa ganhou sete, perdeu um e empatou outro. O Hannover está a atravessar um excelente momento de forma e não é fácil para o treinador mexer na equipa», explicou, adiantando que não vai resignar-se a ficar no banco ou na bancada: «Resta-me tentar escolher uma forma de continuar a minha carreira».
Embora não revelando por onde passará o seu futuro, Ricardo Sousa disse ter «propostas de Portugal e do estrangeiro», que estão a ser estudadas para «tomar a decisão na melhor altura».
«Até lá, vou manter os índices físicos para poder estar no meu melhor quando for para outra equipa», garantiu, sublinhando, porém, que nunca se arrependeu por ter trocado Portugal pela Alemanha: «Não me arrependo de ter saído. Vim para uma liga melhor e mesmo não estando a ser utilizado tenho aprendido muito. Temos de aprender com todas as experiências».
«A minha vontade em regressar a Portugal é única e simplesmente motivada pelo facto de querer jogar. Não sou o tipo de jogador que gosta de estar num clube a receber dinheiro para não jogar. Tenho 25 anos e muito para dar ao futebol», esclareceu.
Diferenças de tratamento
Nem todos os portugueses conseguem adaptar-se à Alemanha. Abel Xavier, que também passou pelo Hannnover 96, queixou-se na altura de que os germânicos não lidavam bem com a presença de estrangeiros. Ricardo Sousa confirmou que «existe uma certa diferença na atitude dos alemães para com portugueses, espanhóis e brasileiros». «Não entendo porquê. É uma coisa que acontece e que temos de aceitar, porque eles estão no país deles».
No que respeita ao futebol, o jogador disse não ter sentido grandes dificuldades de adaptação, apesar de ter encontrado algumas diferenças: «É um futebol mais físico, mais agressivo, não tão técnico, mas mais rápido. Acredito que me poderia ter enquadrado bem».
Mesmo estando longe, continuou a acompanhar a Superliga e pelo que tem visto considera que «o campeonato está cada vez mais competitivo»: «As equipas grandes perdem mais pontos e jogos com equipas como o Gil Vicente, Beira Mar ou Académica são sempre complicados. As equipas estão mais próximas».