O antigo internacional alemão Stefan Effenberg aconselhou o Bayern Munique a vender Robert Lewandowski depois do avançado polaco ter criticado abertamente a política de contratações do clube numa entrevista à revista alemã Spiegel.

O clube bávaro passou discreto no meio do furacão do último mercado em que o Paris Saint-Germain foi o protagonista, mas que também contou com forte investimento dos clubes da Premier League e dos clubes da Série A italiana. Nesta perspetiva, Lewandowski considerou que o Bayern estava perder peso na Europa, apesar de continuar a liderar o futebol alemão.

«O Bayern precisava de inovar e ser criativo se quiser continuar a atrair jogadores de classe mundial para Munique. Se quiser continuar a competir ao mais alto nível, precisa de jogadores de qualidade», referiu Lewandowski ao Spiegel.

Effenberg, que representou o Bayern em dois períodos [1990/92 e 1998/02], considera que o clube está a fazer uma abordagem correta do mercado ao continuar à procura de jovens talentos que possam evoluir no clube e aconselhou mesmo o Bayern a afastar aqueles que não concordarem com esta política, apontando mesmo o dedo ao avançado polaco que já marcou 116 golos nos 152 jogos que fez pelo Bayern.

«Ele atacou a política do clube. O Uli Hoeness já disse várias vezes que o clube não vai gastar 100 ou 150 milhões de euros. Mas também atacou os colegas, que aparentemente, na sua opinião, não têm qualidade para lutar por aquilo que ele quer: a Liga dos Campeões», escreveu Effenberg na sua coluna de opinião do site «t-online».

Effenberg considera que Lewandowski, como jogador, não tem de expressar publicamente a sua opinião sobre a política de contratações do clube. «Depois do novo centro de estágios ficar concluído, vejo um enorme potencial para uma estratégia completamente diferente: um FC Bayern Alemanha. Há tantos jogadores de classe mundial na Alemanha, não são apenas 15, são 30 a 40. Ganharam o Campeonato do Mundo, a Taça das Confederações, o Europeu de sub-21. Isto é exatamente o que o Lewandowski exige. Gastar 100, 150 ou 200 milhões de euros em estrelas internacionais? Para isso compramos cinco ou seis alemães»,  prosseguiu.

Effenberg defende, acima de tudo, um Bayern ainda mais alemão. «O Bayern já tem Neuer, Hummels, Boateng, Kimmich, Rudy, Sule e, claro, Thomas Muller. Porque não alaragar isto? Timo Werner será o próximo passo lógico para o Bayern. Não consigo imaginar que ele diga que vai para o estrangeiro ou que fica no Leipzig se receber um convite», destacou.

Um Bayern em que não haveria espaço para jogadores como Lewandowski. «Se o Bayern quer prosseguir esta política, tem de se empenhar a fundo. Tem de se separar dos jogadores estrangeiros nos próximos anos, incluindo Lewandowski. Ele pode ir para Paris, onde pagam muito bem, ou para o Barcelona. Aí terá um clube que faz o que ele quer», referiu ainda.