Ashkan Dejagah, jogador do Wolfsburgo de origem iraniana e naturalizado alemão, confessou a um jornal do mesmo país que não iria viajar com a selecção de sub-21 da Alemanha, para a qual foi convocado para o próximo compromisso com Israel, por razões políticas relacionadas com o medo da sua família poder vir a sofrer represálias. A atitude de Dejagah desencadeou forte polémica na Alemanha.
Vários políticos alemães insurgiram-se contra a acção de Dejagah, afirmando que as razões políticas não podem interferir com a carreira profissional de um jogador de futebol. «O Ministro do Interior é da opinião que cada jogador convocado para a selecção nacional deve poder jogar em qualquer país seja onde for que a Federação Alemã de Futebol tiver ligações desportivas», disse um porta-voz do ministério. O presidente da Federação Alemã de Futebol Theo Zwanziger, veio agora a público afirmar que vai ter uma conversa séria com o jogador: «Vou tentar incutir-lhe algum sentido de responsabilidade que um internacional alemão deve ter.» No entanto, Zwanziger confessa que não põe de parte dar uma nova oportunidade ao jogador: «Temos de lhe dar a hipótese de repensar a sua decisão.»
A recusa de Dejagah em jogar pela selecção alemã frente a Israel, atinge um ponto sensível, uma vez que as boas relações com Israel, depois do Holocausto, são uma das prioridades do governo alemão. Na conferência de imprensa dada esta quarta-feira por Oliver Bierhoff, seleccionador dos sub-21, o ex-internacional alemão expressou simpatia pelo jovem jogador, embora tenha sublinhado que ser internacional alemão acarreta responsabilidades acrescidas. «Queremos que os nossos jogadores se identifiquem com a equipa e com o nosso país. Se não o conseguem então penso que o jogador não tem lugar na equipa», admitiu. Por outro lado, Bierhoff tentou proteger o jogador: «Penso que não estava ciente das implicações políticas da sua decisão.»
Foi também divulgado que Dejagah poderia ter sido suspenso pelo Wolfsburgo, a equipa que representa, mas o clube já veio a público desmentir essa decisão.