Depois da derrota frente ao Lille e do empate dos franceses com o Everton, o FC Porto já não podia conquistar a Algarve Football Cup. Mas, para lá disso, este jogo com o Everton poderia servir para melhorar a pálida imagem deixada nos dois jogos anteriores, neste estágio no Algarve. E isso foi conseguido, com uma vitória e com uma exibição em crescendo e mais próxima da real capacidade desta equipa de Sérgio Conceição.

Agora sim, a espaços, este FC Porto já esteve mais próximo da equipa que na última época conquistou o campeonato nacional e dominava os seus adversários. E ainda faltam os reforços que Sérgio Conceição tanto anseia, principalmente para o setor defensivo, para evitar algumas tremedeiras inabituais...   

Diante dos ingleses, Sérgio Conceição lançou aquela que será, de momento, a sua melhor equipa. Manteve o jovem Diogo Leite como parceiro de Felipe na defesa e na frente colocou Aboubakar ao lado de Marega. E aqui é que poderão existir dúvidas em relação à melhor dupla atacante: Soares ou Aboubakar para fazerem companhia a Marega. No habitual 4x4x2, houve uma nuance, com Otávio livre em ações ofensivas, fechando na direita quando tocava a defender. Marega descaía para o corredor em ataque.

FICHA DE JOGO E AO MINUTO

Os campeões nacionais até não começaram bem e, tal como nos outros jogos, faltou intensidade e pressão nas saídas ofensivas do Everton, que tinham demasiado tempo e espaço para se organizarem. Marco Silva, treinador português do Everton, dispôs a sua equipa em 4x2x3x1 e conseguiu supremacia no meio-campo.

Com um FC Porto muito recuado, os ingleses assumiram o jogo e construíram algumas boas situações de finalização que poderiam ter dado em golo. Valeu então a atenção de Casillas que parou remates de Mirallas, Dowel e Tosun. O turco teve também pontaria a mais aos 24 minutos, acertando no poste direito da baliza portista. Em todas estas oportunidades a coincidência, ou não, de surgirem do lado direito defensivo dos dragões...

O remate ao poste foi como que um clique para os campeões nacionais, que despertaram para o jogo: os ingleses começaram a ser manietados na sua zona de construção, as marcações foram mais apertadas e sobrou mais bola para os dragões que, paulatinamente, foram subindo no terreno para chegarem ao intervalo claramente a dominar as operações e com ocasiões de golo desperdiçadas: Aboubakar não conseguiu dar o melhor seguimento a um passe de Otávio e viu um golo ser-lhe anulado por fora-de-jogo, em cima do intervalo. Entre os dois lances do camaronês, Sérgio Oliveira atitou ao lado e Felipe, de cabeça na sequência canto, viu Stekelenburg evitar o golo junto ao solo.

O FC Porto manteve a mesma atitude após o reatamento e dois minutos depois voltou a desaproveitar na finalização mais uma boa movimentação na direita entre Brahimi e Otávio, com Aboubakar a não conseguir encostar para golo. E, em função de como estava então a decorrer o jogo, que a vantagem portista seria uma questão de tempo, e não tardou muito: aos 51, Marega, solicitado por Otávio, ficou na cara de Stekelenburg e atirou rasteiro por entre as pernas do guarda-redes holandês.

Sérgio Conceição aproveitou para rodar a equipa, do onze inicial acabaram apenas o jovem Diogo Leite, Alex Teles e Óliver Torres. E deu também minutos a Maxi Pereira, que ontem se juntou à equipa. Mas, mesmo com todas as alterações efetuadas, os dragões nunca vacilaram e a vitória nunca esteve em causa.