A proposta avançada pela Liga de Clubes para a alteração dos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) foi chumbada na generalidade por «insuficiência de maioria qualificada» pelos sócios ordinários do organismo, em Assembleia Geral extraordinária, por uma diferença de 22 votos.

Alteração dos estatutos de Federação chumbada: E AGORA?

Num universo de 500 votos, eram necessários 375 (75 por cento mais um) para a proposta ser aprovada, mas a proposta da Liga recolheu apenas 353 votos, correspondentes a 70,6 por cento, e 147 votos contra (29,4 por cento). Ou seja, por uma diferença de 22 votos a discussão em torno da adaptação dos estatutos da FPF ao Regime Jurídico das Federações Desportivas continua num pântano sem fim à vista.

A proposta da Liga de Clubes tinha sido subscrita pelo Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF) e por algumas associações, mas, todos juntos, não conseguiram alcançar os 375 votos necessários.

Fernando Gomes, presidente da Liga de Clubes, chegou a propor a suspensão da AG por uma semana de forma a garantir, «a bem da pacificação do futebol», os votos necessários, mas o próprio dirigente retirou a proposta, defendendo que uma votação a rondar os 70 por cento já seria uma «vitória».

Júlio Vieira, presidente da Associação de Futebol de Leiria, foi um dos que votou contra a proposta da Liga por considerar que o novo documento viola a Constituição da República quanto «à intromissão grosseira do Estado na vida associativa e federativa», recordando que esta também infringe os estatutos da FIFA.

Antes da votação, Gilberto Madail, presidente da FPF, já tinha admitido que o organismo enfrenta uma encruzilhada perante a FIFA e a UEFA e «também perante o próprio Governo». «Era fundamental que hoje estes estatutos fossem aprovados, mesmo que depois continuássemos a dialogar com o Governo sobre o Regime Jurídico», destacou Madail.