O Vizela arrancou esta segunda-feira os trabalhos para a nova época, a de regresso, 36 anos depois e pela segunda vez, à I Liga portuguesa de futebol. O objetivo é claro: a permanência no principal escalão, com o «ADN» visto na II Liga, onde foi segundo classificado e onde registou uma sequência de 26 jornadas sem perder.

O clube nortenho apresentou-se com 20 jogadores, dois deles reforços – os ex-Sporting Tomás Silva e Nuno Moreira – três sub-23 e um júnior. Do lote de atletas, Koffi Kouao, Aidara, Cassiano e Baldé não integraram o treino por estarem a cumprir um curto período de confinamento, associado às preocupações com a pandemia da covid-19: o quarteto regressou recentemente dos países de origem.

O treinador, Álvaro Pacheco, que em dois anos levou o clube do Campeonato de Portugal à I Liga, assumiu a necessidade de reforços e estabeleceu em dez o número ideal de novos jogadores.

«Vão ter de chegar, o futebol é mesmo assim. Com pena nossa, deixámos partir alguns elementos que foram determinantes no nosso trajeto até aqui. O mais importante é que queiram vir para cá e que percebam este projeto, que é diferente. Para isso, é determinante um determinado perfil de jogador. Andamos à procura deles, se não vierem ficamos com os que cá temos e também temos os sub-23, chega perfeitamente para o que queremos», disse o técnico, aos jornalistas, na apresentação, lembrando a «dinâmica fantástica» da época anterior, que culminou com a subida.

«Acredito muito na estabilidade e na continuidade. Quando se tem um grupo de jogadores com um caráter muito grande, com uma qualidade humana e desportiva fantásticas, isso deixa-me tranquilo. Essa base tinha que se manter, foi isso que nos trouxe até aqui e faz todo o sentido continuarmos com eles», apontou.

Para o técnico de 49 anos, que parte para a terceira época no Vizela, o objetivo é assegurar o mais rapidamente possível «a manutenção e ganhar os jogos todos». «Sabemos que isso não vai ser possível, mas vamos para qualquer jogo com o objetivo de conquistar os três pontos», sublinhou, apontando «uma oportunidade tremenda pela frente» para o Vizela, na I Liga.

«Só vejo coisas positivas no que vai acontecer a esta equipa e queremos desfrutar a fazer aquilo que mais gostamos, que é jogar futebol. O objetivo é claro: não fugir do que somos, temos um ADN, foi com ele que chegámos até aqui e queremos mostrá-lo agora na I Liga», vincou.

Marcos Paulo e a voz da (maior) experiência

Com passagens na I Liga pela União de Leiria e Académica, Marcos Paulo, médio de 33 anos, é um dos jogadores com mais experiência do plantel e alertou para um campeonato «totalmente diferente». «A II Liga é muito competitiva e quase todas as equipas têm o mesmo nível, mas na I Liga temos de ter muito mais atenção e sermos mais fortes», adiantou.

O brasileiro antevê um «impacto grande» para alguns jogadores sem passagens pela I Liga e que vêm desde o Campeonato de Portugal, mas crê num plantel com «soluções para todos os problemas».

«Reforços? Vamos apresentar mais»

O presidente da SAD dos vizelenses, Diogo Godinho, confirmou, na apresentação do plantel, que alguns reforços vão chegar ainda esta semana.

«Parte do plantel do ano passado vai transitar para a I Liga e estamos a trabalhar em reforços. Já apresentámos dois, esta semana vamos apresentar mais e nos próximos dias também», referiu o dirigente, garantindo que o Vizela que «contrariar» a «história» de clubes que, após subirem à I Liga, descem ao fim de um ano. «Estamos aqui para nos consolidarmos e ficar na primeira divisão».

A equipa já treino no relvado, no campo número dois do Complexo Desportivo de Lousada, palco principal das primeiras semanas de trabalho.

O estádio do Vizela está a ser remodelado com um novo relvado principal, adaptações na sala de imprensa, na zona para a comunicação social, além de colocação de cadeiras nas bancadas e reforço da iluminação.

De 5 a 10 de julho, o clube cumpre um estágio em Lousada.

Clube está a remodelar o relvado para a I Liga (Foto: FC Vizela)