O final do jogo em Alverca teve algo de insólito. Eufóricos pelo regresso às vitórias fora, alguns adeptos do F.C. Porto saltaram para o relvado e, em correria, pediram aos jogadores uma recordação de noite tão agradável. 

Os guardas republicanos em serviço no estádio entenderam que estava gente a mais no relvado e o caricato sucedeu quando tentaram retirar dali quem não fazia parte daquele filme. Acontece que os adeptos começaram a correr e corriam, em círculo, bem mais que os guardas. Quando estavam quase cercados, caíram nos braços de jogadores e dirigentes portistas, que tentaram protegê-los. 

Já nos balneários, a guarda tratou de identificar os adeptos que invadiram o relvado, o que os dirigentes portistas quiseram evitar. Gerou-se alguma discussão entre, por exemplo, o administrador da SAD azul-e-branca, Adelino Caldeira, e os oficiais em serviço. 

Os dirigentes portistas dizem que apenas estavam a tentar garantir que uma camisola dada a um adepto ficava, efectivamente, na posse deste e não nas mãos da polícia. Entretanto, a mãe de um adepto atingido na cabeça (acabou por receber tratamento hospitalar) por uma moeda tentou apresentar queixa, gerando-se mais uma confusão. 

O assunto acabou por ser resolvido, por entre grande agitação, nos corredores do estádio, com discussão e razões várias gritadas de parte a parte. Enfim, demasiado barulho por tão pouco. A isto tudo já não assistiu Carlos Carvalhas, líder do Partido Comunista Português. Nessa altura, o único líder partidário que aceitou o convite do Alverca já deixara o Complexo.