Apenas dois pontos separam o quinto classificado da liderança da Liga depois de cumpridas oito jornadas. Uma diferença curta a dar conta da competitividade que se vive, nesta altura, no topo da classificação. O Sp. Braga, apesar de ter consentido o segundo empate consecutivo, continua lá em cima, mas agora contra com nova companhia. O Benfica, atacado pelo «vírus» da Europa, esbarrou no Jamor nas luvas de Muriel e desperdiçou a vantagem que tinha conquistado no clássico da Luz, permitindo que o campeão o ultrapassasse nas escadas de acesso ao lugar mais cimeiro, onde os minhotos de Abel resistem.
Uma ronda que começou na sexta-feira com o Portimonense, mesmo sem Nakajima [pequeno problema físico], a vencer o Nacional em plena Choupana, com um golo solitário de Ewerton. Um golo que catapultava os algarvios para o meio da tabela, mas que deixava Costinha numa situação bem delicada no fundo da classificação.
Mas o prato forte deste primeiro dia da 8ª jornada estava reservado para a noite. O V. Guimarães recebia o Sp. Braga para um escaldante dérbi minhoto jogado sob alta tensão. A equipa da casa ainda esteve em vantagem, mas apenas por cinco minutos, num jogo frenético que contou com dois golos marcados nos primeiros vinte minutos, mas que acabou com um empate. Um ponto que permitia à equipa de Abel destacar-se no primeiro lugar, mas que a deixava à mercê do Benfica que, no dia seguinte, podia ficar à posição mais apetecida da classificação.
Os olhos fixaram-se, então, no Jamor, no sábado, mas a verdade é que o Benfica não conseguiu marcar um golo e acabou por consentir dois de rajada. Depois da derrota em Amesterdão, diante do Ajax (0-1), Rui Vitória promoveu apenas uma alteração no onze e voltou a hesitar diante de um Muriel inspirado que defendeu tudo o que havia para defender, incluindo uma grande penalidade de Salvio. Uma segunda derrota consecutiva que Rui Vitória repete pela quarta temporada consecutiva. Uma segunda derrota que levou à exibição de lenços brancos e palavras de contestação.
O Benfica não aproveitou a oportunidade, mas os rivais FC Porto e Sporting, a jogarem em casa, no domingo, não a deixaram fugir. Primeiro foi o campeão a chegar-se à frente, com um triunfo difícil sobre o Feirense (2-0), arrancado com um golo polémico de Felipe e outro de Marega. Uma vitória que permitia ao FC Porto ultrapassar o Benfica e juntar-se ao Sp. Braga no topo da classificação. Dois golos sem resposta que permitem ao Dragão exibir o estatuto de melhor ataque da Liga, com 18 golos, e a segunda melhor defesa, com seis golos, apenas atrás do último adversário, precisamente do Feirense.
Logo a seguir era a vez do Sporting entrar em campo. Uma oportunidade flagrante para o leão recuperar terreno perdido depois do desaire, na ronda anterior, em Portimão. Pelo meio, os leões ganharam ao Loures (2-1), na Taça de Portugal, sem convencer, e perderam em casa diante do Arsenal (0-1), para a Liga Europa. Duas exibições bem distintas, com o leão a reservar a melhor face para domingo.
Com Mathieu de regresso ao onze e Bas Dost no banco, a equipa de José Peseiro arrancou para um dos melhores jogos da temporada e bateu o Boavista com um «bis» de Nani e um grande golo de Bruno Fernandes pelo meio. Um jogo com muitos aplausos, incluindo para o avançado holandês chamado ao jogo, aos 78 minutos, sob enorme ovação. No final do jogo, o Sporting estava a apenas um ponto do Benfica e a dois dos líderes Sp. Braga e FC Porto.
Neste pelotão da frente falta ainda falar no Rio Ave, para já a equipa sensação, que, ao fim de oito jogos, está ali colado ao Benfica, a apenas um ponto do topo da classificação e com mais um de vantagem sobre o Sporting. A equipa comandada por José Gomes bateu o Desp. Chaves e, discretamente, está ali no meio dos «grandes», com todo o mérito, diga-se, sem perder desde 12 de agosto.
Nesta ronda vale ainda a pena destacar o Santa Clara que, no sábado, foi vencer à Vila das Aves (2-1) e continua ali, no sexto lugar, bem perto do pelotão da frente, a apenas quatro pontos da nova dupla de líderes.
