Mantém-se o ombro a ombro entre Benfica e Sporting na luta pelo título depois dos «grandes» de Lisboa terem voltado a vencer os respetivos jogos da 30.ª jornada.

Os leões foram a Moreira de Cónegos no sábado reforçar a pressão sobre o líder com um golo polémico de Slimani, enquanto as águias responderam na segunda-feira. Uma ronda que assinalou o regresso do FC Porto às vitórias, depois de dois desaires sucessivos, com uma goleada ao Nacional que, para já, permitiu adiar o «adeus» à luta pela entrada direta na Liga dos Campeões que pode ficar consumada na próxima semana caso os clubes da Segunda Circular voltem a não ceder pontos.

O Benfica fechou a jornada com um triunfo muito sofrido sobre o V. Setúbal por 2-1. A equipa sadina, a atravessar uma longa crise de resultados, quase surpreendia na Luz e tirava os encarnados da liderança da Liga.

Depois da eliminação da Liga dos Campeões a meio da semana passada, os homens de Rui Vitória entraram com o pé esquerdo na Luz e os sadinos aproveitaram: aos 13 segundos (sim, segundos), André Claro fez o 1-0. Balde de água fria no ninho da águia, que lambeu as feridas e voltou a voar. Ainda na primeira parte, Jonas e Jardel deram corpo à reviravolta no marcador num jogo que por pouco não acabou num despiste para os bicampeões. Ficaram os requisitos mínimos.

Esta semana foi o Sporting o primeiro a entrar em campo, logo no sábado, em Moreira de Cónegos, na máxima força, mas com Jorge Jesus a manter a rotatividade no lado esquerdo da defesa, desta vez com uma oportunidade para Zeegelaar.

Uma entrada forte e um golo logo aos 16 minutos. Um golo polémico, diga-se, do incontornável Slimani que parte de posição irregular. Antes do intervalo, novo golo, desta vez apontado por Téo Gutiérrez, mas invalidado por Bruno Paixão, este a deixar maiores dúvidas.

A verdade é que não houve mais golos, mas houve mais polémica, com Jorge Jesus a receber ordem de expulsão, pela terceira vez esta temporada, a quinze minutos do final. Bastou o tal golo polémico do argelino para manter intensa a pressão sobre o líder que fechava a ronda na segunda-feira.

No dia seguinte foi a vez do FC Porto que, em dia de reeleição de Jorge Nuno Pinto da Costa, regressou às vitórias com uma goleada ao Nacional (4-0) a deixar claro que, apesar dos dez pontos de atraso para os leões, este dragão ainda pode fazer faísca.

Uma vitória com o onze mais português dos últimos anos (Danilo Pereira, Sérgio Oliveira, Rúben Neves, Silvestre Varela e André Silva titulares) que permite à equipa de José Peseiro seguir na luta, pelo menos em termos matemáticos, pelo segundo lugar, embora este objetivo possa desvanecer-se já na próxima ronda se o FC Porto não ganhar em Coimbra ou, mesmo que ganhe, se o Sporting ganhar ao União em Alvalade. Apesar de tudo, depois das derrotas diante do Tondela e Paços Ferreira, o FC Porto voltou a arrancar sorrisos no Dragão, com Corona, Herrera, Varela e Aboubakar a mostrarem bons pormenores.

Logo abaixo do pódio da Liga o Sp. Braga reforçou o quarto lugar que também pode ficar definido na próxima ronda. Os guerreiros de Paulo Fonseca, já sem obrigações europeias, bateram o Tondela por 3-0 e, desta forma, continuam com o FC Porto à vista (-10 pontos, com 12 por disputar), além de reforçarem a vantagem sobre Arouca e Rio Ave (+ 8 pontos), que não foram além de um empate sem golos na luta pelo quinto lugar.

Ainda no que diz respeito à luta pela Europa, foi uma jornada positiva para Paços de Ferreira e Estoril. A equipa de Jorge Simão, depois de ter ganho ao FC Porto, foi à Madeira arrancar uma difícil vitória sobre o União (4-3), enquanto os canarinhos de Fabiano Soares bateram o Boavista com um remate tardio de Marion e um desvio traiçoeiro de Paulo Vinicius. As duas equipas que vestem de amarelo ficaram, assim, a apenas quatro pontos do Arouca e Rio Ave, numa luta pelo quinto lugar que pode restringir-se a quatro nas últimas quatro rondas.

Já mais longe desta luta ficaram o Nacional [derrota diante do FC Porto], Belenenses [empate com Académica] e V. Guimarães [derrota diante do Marítimo]. Três emblemas com aspirações europeias cada vez mais comprometidas, mas que também chegam a esta ponta final do campeonato sem muitas aflições no que diz respeito às despromoções. Um grupo a que se pode juntar ainda o Marítimo que, com o triunfo categórico sobre o V. Guimarães (3-0) também ficou a apenas um ponto de poder festejar a permanência.

Sobram seis emblemas no findo da classificação: dois melhores colocados (V. Setúbal e Moreirense), outros dois sob pressão [Boavista e União) e os restantes em posição de despromoção [Académica e Tondela]. Deste último grupo de seis, os estudantes foram os únicos a pontuar nesta ronda, com o tal empate no Restelo.