Esta semana foi marcada por muita conversa sobre fundos e investidores no futebol. Um estudo recente da Universidade Católica, para a Liga portuguesa, fala sobre o papel e a importância destes participantes relativamente recentes na indústria do futebol. Este texto é uma análise a partir desse estudo, cuja leitura atenta recomendo vivamente

(continua, leia a parte III)

Futebol é conteúdo

O estudo, muito profundo e interessante, lembra que o futebol é sobretudo um conteúdo. Um conteúdo que gera receitas e que tem despesas. No caso dos jogadores, eles serão melhores e crescerão mais depressa se a Liga onde estão for credível, competitiva e gerar bons espectáculos. Nesta frente há muito a fazer, como sabemos. E nem tudo custa dinheiro.

Este aspecto é poucas vezes referido. Um jogo com valores mais positivos, no campo e fora dele, levará mais pessoas aos estádios, atrairá mais patrocínios e espectadores de televisão. O mesmo sucederá se o campeonato for mais equilibrado e intenso. Para isto, Liga, dirigentes, treinadores e clubes têm um mundo para andar. No fim do processo, o futebol português ficaria um pouco menos dependente das transferências e, em simultâneo, produziria jogadores mais capazes, mais depressa.

Conclusão: os fundos estão para ficar no futebol português e podem mesmo jogar um papel fundamental. Como em outras áreas da economia nacional, trata-se de ser capaz de atrair capital e com isso criar um «produto» que tenha valor e possa ser vendido gerando mais-valias. Claro que os fundos levantam diversas questões, que não são, como sabemos, específicas do futebol. Até por isso, os clubes deveriam ser os primeiros a prestar toda a informação, tornando estas operações totalmente transparentes.