E ao fim de 12 jornadas o Benfica perdeu um jogo para o campeonato! É este o principal facto desta ronda da Liga, mas não faltaram motivos de interesse, começando por Rui Pedro e terminando na crise do Nacional.

As águias deslocaram-se à Madeira com a missão de vencer para confirmarem que entravam e saiam do dérbi que se segue no topo da Liga, mas falharam e o jogo da Luz ganhou redobrada importância.

Ghazaryan aproveitou uma escorregadela de Luisão para dar o primeiro tiro nos encarnados, Gonçalo Guedes ainda empatou com sorte à mistura, mas Maurício mostrou aos avançados encarnados como se finaliza e impôs ao Benfica a primeira derrota na Liga esta época.

No sábado, o Sporting recebeu o Setúbal (perdão, o Vitória, disse Jesus) e cumpriu o seu papel. William Carvalho e Bruno César fizeram os golos na primeira parte, Bas Dost e Coates ainda festejaram, mas o árbitro anulou. Pouco importa, contas feitas e os leões aproximaram-se do Benfica, ficando a dois pontos antes da deslocação...à Luz.

Um dérbi é sempre escaldante independentemente da pontuação, mas com esta aproximação no próximo domingo no Estádio da Luz joga-se pela tradição e pela classificação. Alguém não vai ver?

À espreita está o Dragão, que tinha mais um empate no horizonte e conseguiu uma vitória ao cair do pano com assinatura de Rui Pedro, menino em estreia na Liga. Foi aos 90+5' e o universo portista foi à loucura, recordem-se as imagens de Nuno Espírito Santo, Luís Gonçalves e dos festejos dos jogadores.

Rui Pedro derrubou a barreira Marafona (que exibição do guarda-redes do Sp. Braga) e deu os três pontos que colocam os azuis e brancos no terceiro posto ultrapassando o rival de sábado, a quatro do líder e mantêm os dois de diferença para o segundo Sporting. No dérbi alguém, pelo menos, vai ceder e a armada de Nuno vai tentar mais uma aproximação.

De «grandes» estamos resumidos.

Em Guimarães, o Vitória procurava três pontos que colocariam a equipa de Pedro Martins no quarto posto, em igualdade com o rival Sp. Braga. As coisas começaram bem, Hernâni deu vantagem aos três minutos, mas o Desp. Chaves reagiu e chegou ao empate perto do fim, reforçando o estatuto de «Rei dos empates». São sete em 12 jogos!

Apesar de um empate no D. Afonso Henriques ser, em teoria, um ponto positivo, significou uma descida de dois lugares na classificação, do sexto para o oitavo. Rio Ave e Marítimo, que foi a surpresa da 12ª jornada, ultrapassaram os flavienses.

O Rio Ave venceu o Tondela por 3-1, com um dos golos a ser apontado por Felipe Augusto e que entrará para o lote dos melhores do ano, e somou a segunda vitória em dois jogos no legado de Luís Castro. Já os beirões caíram para a zona de despromoção.

No dérbi de Lisboa, Estoril e Belenenses empataram a uma bola. Camará adiantou os do Restelo, Joel Pereira deitou tudo a perder com um «frango».

Em crescendo está o Arouca que somou o segundo triunfo consecutivo, o terceiro em quatro jogos. Foi ao terreno do Feirense ganhar por 0-2 e estrear-se em vitória como visitante.

Subiu ao 11º lugar e respira muito melhor que há quatro jornadas, quando ocupava lugares de despromoção.

Logo atrás está o Paços de Ferreira, que com um treinador interino, venceu o Boavista por 2-1 e subiu ao 12º posto com 13 pontos, os mesmos que os axadrezados e Vitória de Setúbal, 13º e 14º respetivamente.

Quem também respira melhor é o Moreirense, que recebeu o Nacional e entregou-lhe a lanterna vermelha, que antes era partilhada, saindo da zona onde ninguém quer estar.

Triunfo claro por 3-1 e o agravar de uma crise insular, que Manuel Machado reconheceu no final: «O problema que temos em mãos é grande.»