No meio de um sem número de discursos monocromáticos e formatados, há um que se destaca de quase todos os outros: o que Silas trouxe com ele desde que assumiu o comando técnico do Belenenses ainda na época passada.

Sem preocupações com o politicamente correto ou na gestão do tipo de mensagem a adotar internamente ou para o exterior, Silas como única estratégia a sinceridade. Em 2017/18, após vencer o FC Porto no Restelo por 2-0, pôs um travão na natural euforia gerada pelo facto de os lisboetas terem sido a primeira equipa a derrotar os dragões no campeonato: «Estou contente com o resultado, não pela exibição.»

Neste fim de semana, após o triunfo sobre o Tondela no arranque da Liga 2018/19, Silas foi fiel à própria imagem. Reconheceu que o adversário não merecia ter perdido e apontou o dedo à postura dos atletas do Belenenses após estarem em vantagem no marcador: «Houve ali jogadores meus a mandarem-se para o chão e já lhes disse que não gosto disso. Isto é para jogar, para ganhar e para gerir com bola.» Lapidar.

Uma postura rara e louvável.