Marítimo e Estoril lideram ex aequo uma lista dos planteis da Liga ordenados pela percentagem de jogadores estrangeiros que os compõem. E esta é uma tendência que marca o campeonato português ao ponto de dois terços das suas equipas serem compostas em mais de metade por jogadores que não são portugueses.

Esta análise é feita a partir de um estudo do «CIES – Observatório do futebol» sobre as percentagens de jogadores contratados no estrangeiro pelos respetivos clubes de cada uma das cinco principais ligas europeias – as «big-5»: Premier League (Inglaterra), La Liga (Espanha), Bundesliga (Alemanha), Serie A (Itália) e Ligue 1 (França).

O instituto suíço revela que o Chelsea é a equipa que tem maior percentagem de jogadores estrangeiros no total dos 98 planteis das «big-5». Três quartos do plantel dos «blues» de Londres foi contratado no estrangeiro: 75%. Na Ligue 1, o Monaco tem uma percentagem de 73,1%.

E só aqueles dois clubes (entre os tais 98) estão acima dos líderes da lista de equipas portuguesas com mais estrangeiros no plantel; que, como se disse, são o Marítimo e o Estoril (ordenados inversamente pela classificação na Liga), com 70,3%. Na Serie A, a Lazio lidera com uma percentagem de 67,9% de contratações no estrangeiro; em La Liga, o Sevilha tem 64,3%; e, na Bundesliga, o Bayern Munique tem 54,2%.

A ordenação dos planteis da Liga pela percentagem de estrangeiros no plantel (estrangeiros/total de jogadores = percentagem):

1. Marítimo: 19/27 = 70,37%

. Estoril: 19/27 = 70,37%

3. Tondela: 18/26 = 69,23%

4. Benfica: 18/27 = 66,66%

5. FC Porto: 17/26 = 65,38%

6. Boavista: 19/30 = 63,33%

7. Sp. Braga: 17/27 = 62,96%

8. U. Madeira: 17/29 = 58,62%

9. Moreirense: 15/26 = 57,69%

10. Nacional: 14/25 = 56

11. Sporting: 16/29 = 55,17%

12. V. Guimarães: 16/34 = 47,05%

13. Académica: 14/30 = 46,66%

14. Arouca: 12/26 = 46,15%

15. V. Setúbal: 12/27 = 44,44%

16. Rio Ave: 13/30 = 43,33%

17. P. Ferreira: 10/30 = 33,33%

18. Belenenses: 6/24 = 25

Na ordenação do campeonato português fica evidente que praticamente dois terços dos planteis têm mais de metade da sua composição feita por jogadores estrangeiros; uma realidade bastante diferente da das «big-5». Em Inglaterra ainda há oito nesta condição, mas em Espanha e Itália já são só cinco e, se na Alemanha desce para três, em França são apenas duas.

A média de percentagem para o total da Liga é de 54,54%, o que faz do campeonato português, de longe, o mais estrangeiro quando comparado com as principais ligas europeias. A Premier League tem uma média percentual de 43,1%, La Liga de 37,4%, a Bundesliga de 36%, a Serie A de 34,7% e a Ligue 1 de 31,2%. A média do total das «big-5» é de 36,5%.

O estudo do CIES da autoria de Raffaele Poli, Roger Besson e Loïc Ravenel pode ser consultado AQUI.