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No último filme de Quentin Tarantino, o realizador encerra no mesmo espaço – o Armazém da Minnie – oito figuras representativas do contexto histórico vigente nos EUA pós-Guerra Civil, século XIX. Os Oito Odiados, na tradução portuguesa.

A coisa acaba mal. Sangrenta.

Transportar o cenário pintado pela mestria de Tarantino para o quadro da Fórmula Um atual daria algo muito semelhante. Menos sanguinolento, acreditamos, mas com os mesmos níveis de tensão.

Ao invés de traçar uma linha e atirar ianques para um lado e esclavagistas para o outro, a divisão encostaria os dois Mercedes a um canto e colocaria os restantes 18 do outro. Faltam dois? São os Ferrari, de Vettel e Raikkonen.

Esses estariam certamente de pistola sacada e olhar fulminante, no centro da tela. A mirar Hamilton e Rosberg, naturalmente, os dois odiados do Grande Circo. Não por questões de personalidade, mas por terem ao dispor duas máquinas infinitamente superiores às restantes.

A colocação do Ferrari neste western dos motores não é inocente. Os carros fabricados em Maranello apresentaram um nível muito interessante nos testes de pré-época e podem sonhar, pelo menos isso, com uma oposição atenta à ditadura da Mercedes (16 vitórias em 19 corridas no ano de 2015).

O primeiro duelo, aparentemente ao sol (a chuva deve desaparecer no sábado), está marcado para Melbourne, Austrália. A corrida começa às cinco da manhã de domingo e pode ser seguida EM DIRETO no Autoportal.

Todos contra os dois odiados.

AS NOVIDADES PARA 2016

1. OS PILOTOSs: há três rookies (Palmer, Haryanto e Merlein) e dois regressados (Magnussen e Gutierrez);

2. A QUALIFICAÇÃO: há três fases, como em 2016, mas o sistema é diferente. Na Q1 (22 carros), o piloto mais lento é eliminado no final dos primeiros sete minutos. Daí em diante, a cada 90 segundos há sempre outro piloto eliminado até ficarem os 16 mais rápidos. Estes fazem mais uma volta e daí passam os 15 mais velozes para a Q2. Na Q2 (15 carros) e na Q3 (8 carros) a lógica mantém-se.

3. O BARULHO: carros passam a ter dupla saída de escape para aumentar o som do motor.

4. OS MOTORES: cada carro passa a ter direito a cinco motores para a época. Por cada novo motor extra utilizado há penalização na grelha de partida.

5. OS PNEUS: passa a existir cinco tipos de pneu. A Pirelli disponibiliza agora os ultra-macios, que se juntam aos quatro segmentos já existentes. Cada piloto pode usar 13 jogos de pneus por fim de semana.

6. COMUNICAÇÃO PILOTOS-BOXES: a troca de informações via rádio vai ser muito restringida. A lista de limitações é extensa.

7. HAAS F1 TEAM: é a única equipa nova na grelha. Com a entrada da estrutura norte americana, propriedade de Gene Haas, homem experimentado no mundo NASCAR, a grelha passa a ter 22 carros.

VOTE: qual o carro mais bonito da grelha de 2016?

AS EQUIPAS

MERCEDES
Motor: Mercedes

44. Lewis Hamilton: 167 corridas, 43 vitórias, 87 pódios
6. Nico Rosberg: 185 corridas, 14 vitórias, 41 pódios

Análise: mesmos pilotos, pré-época repleta de bons resultados, melhores carros da grelha. Toto Wolff só tem de domesticar os seus leões nas discussões internas. São eles os grandes favoritos à conquista do Mundial.





















FERRARI
Motor: Ferrari

5. Sebastian Vettel: 158 corridas, 42 vitórias, 79 pódios
7. Kimi Raikkonen: 230 corridas, 20 vitórias, 80 pódios

Análise: o objetivo passa por aumentar o número de vitórias (três em 2015) e confirmar a aproximação aos Mercedes. A Ferrari precisa da melhor versão de Vettel para isso. Ah, e já agora de um Raikkonen minimamente competitivo. 





















WILLIAMS
Motor: Mercedes

19. Felipe Massa: 229 corridas, 11 vitórias, 41 pódios
77. Valtteri Bottas: 56 corridas, 0 vitórias, 8 pódios

Análise: a experiência de Massa (demasiada?) e o talento de Bottas fizeram da Williams a terceira potência em 2015, muito à frente da Red Bull. Em 2016, a Williams tentará solidificar este papel, sempre em busca do pódio. 


















RED BULL
Motor: Renault

3. Daniel Ricciardo: 88 corridas, 3 vitórias, 10 pódios
26. Danil Kvyat: 37 corridas, 0 vitórias, 1 pódio

Análise: Ricciardo e principalmente Kvyat precisam desesperadamente de resultados. Depois de um ano medíocre e passado quase sempre fora do top-3, os carros austríacos procura reaproximar-se de um lugar que já foi seu.




















FORCE INDIA
Motor: Mercedes

27. Nico Hulkenberg: 94 corridas, 0 vitórias, 0 pódios
11. Sergio Perez: 93 corridas, 0 vitórias, 5 pódios

Análise: presença constante e regular nos pontos em 2015, a Force India mantém a dupla de pilotos e a vontade de suplantar a Red Bull. Hulkenberg e Perez misturam quilómetros acumulados e ambição. Uma poção interessante.


















TORO ROSSO
Motor: Ferrari

33. Max Verstappen: 19 corridas, 0 vitórias, 0 pódios
55. Carlos Sainz Jr.: 19 corridas, 0 vitórias, 0 pódios

Análise: em Faenza, Franz Tost esfrega as mãos e vê o talento de Verstappen e Sainz a dar frutos. Depois de uma primeira temporada dentro do top-10 com regularidade, os olhos estão em cima dos meninos da Toro Rosso.


















SAUBER
Motor: Ferrari

9. Marcus Ericsson: 35 corridas, 0 vitórias, 0 pódios
12. Felipe Nasr: 18 corridas, 0 vitórias, 0 pódios

Análise: os testes de pré-época não foram famosos, mas os objetivos também não são ambiciosos. A Sauber procura subir o número de pontos conquistado (36 em 2015) e colocar Nasr e Ericsson perto dos dez melhores. 

















MCLAREN
Motor: Honda

14. Fernando Alonso: 252 corridas, 32 vitórias, 97 pódios
22. Jenson Button: 284 corridas, 15 vitórias, 50 pódios

Análise: andamento constrangedor, resultados preocupantes. A pré-temporada promete mais um ano desastroso para dois campeões do mundo e uma equipa que já dominou a modalidade. Será que Alonso vai aguentar até ao fim?


















MANOR
Motor: Mercedes

94. Pascal Wehrlein: estreante
88. Ryo Harianto: estreante

Análise: os motores Mercedes e a capacidade do estreante Wehrlein - campeão de DTM - podem alterar drasticamente o destino da equipa, sempre a pior nas últimas temporadas. Harianto é o primeiro indonésio na F1. 


















RENAULT
Motor: Renault

20. Kevin Magnussen: 19 corridas, 0 vitórias, 1 pódio
30. Jolyon Palmer: estreante

Análise: a Renault recupera as cores originais e dá o primeiro passo para um projeto de três anos. Objetivos relativamente modestos e dois pilotos em busca de reconhecimento. Magnussen regressa, Palmer estreia-se.


















HAAS
Motor: Ferrari

8. Romain Grosjean: 83 corridas, 0 vitórias, 10 pódios
21. Esteban Gutiérrez: 38 corridas, 0 vitórias, 0 pódios

Análise: equipa nova, pilotos relativamente conhecidos (mais Grosjean), maior incógnita do pelotão. Os motores Ferrari podem ajudar a colocar a equipa em posições dignas, mas a F1 não tem nada a ver com a NASCAR.


















CALENDÁRIO DE 2016

1. Austrália (Melbourne), 20 de março

2. Bahrain (Sakhir), 3 de abril

3. China (Xangai), 17 de abril

4. Rússia (Sochi), 1 de maio

5. Espanha (Barcelona), 15 de maio

6. Mónaco (Monte Carlo), 29 de maio

7. Canadá (Montreal), 12 de junho

8. Europa (Baku), 19 de junho

9. Áustria (Spielberg), 3 de julho

10. Grã-Bretanha (Silverstone), 10 de julho

11. Hungria (Budapeste), 24 de julho

12. Alemanha (Hockenheim), 31 de julho

---------------Paragem de verão-----------------

13. Bélgica (Spa), 28 de agosto

14. Itália (Monza), 4 de setembro

15. Singapura (Marina Bay), 18 de setembro

16. Malásia (Kuala Lumpur), 2 de outubro

17. Japão (Suzuka), 9 de outubro

18. EUA (Austin), 23 de outubro

19. México (Cidade do México), 30 de outubro

20. Brasil (São Paulo), 13 de novembro

21. Abu Dhabi (Yas Marina), 27 de novembro


NÚMERO DE TÍTULOS MUNDIAIS POR PILOTO:

1º Michael Schumacher (Alemanha), 7 títulos
2º Juan Manuel Fangio (Argentina), 5
3ºs Alain Prost (França) e Sebastian Vettel (Alemanha), 4
5ºs Jack Brabham (Austrália), Jackie Stewart (Escócia), Niki Lauda (Áustria), Nelson Piquet (Brasil), Ayrton Senna (Brasil) e Lewis Hamilton (Inglaterra), 3
10ºs Alberti Ascari (Itália), Jim Clark (Escócia), Damon Hill (Inglaterra), Emerson Fittipaldi (Brasil), Mika Hakkinen (Finlândia) e Fernando Alonso (Espanha), 2

NÚMERO DE VITÓRIAS EM CORRIDAS POR PILOTO:

1º Michael Schumacher (Alemanha), 91 vitórias
2º Alain Prost (França), 51
3º Lewis Hamilton (Inglaterra), 43
4º Sebastian Vettel (Alemanha), 42
5º Ayrton Senna (Brasil), 41
6º Fernando Alonso (Espanha), 32
7º Nigel Mansell (Inglaterra), 31
8º Jackie Stewart (Escócia), 27
9ºs Jim Clark (Escócia) e Niki Lauda (Áustria), 25