A maioria dos 23 de Portugal para o Mundial 2018 não deverá sair da Liga, uma tendência que já vem de trás, mas o campeonato nacional ainda vai conseguindo manter alguma representação, também a nível de jogadores estrangeiros. E por aí tem em vista uma representação que pode ser a maior de sempre. Nesta altura há 17 jogadores não portugueses que foram utilizados recentemente nas suas seleções e podem alimentar a esperança de ir ao Mundial. Isto apesar de algumas ausências de peso de seleções com ambições, mas que ficaram pelo caminho: casos de Bas Dost com a Holanda, Doumbia com a Costa do Marfim, Aboubakar com os Camarões ou Brahimi com a Argélia.

Ainda há naturalmente muitas variáveis antes das escolhas finais, incluindo uma janela de mercado em janeiro. Este é um olhar pelo cenário atual. FC Porto e Benfica têm cada um cinco internacionais qualificados para o Mundial 2018. O Sporting tem três e há ainda mais quatro jogadores fora dos grandes. Hurtado, do V. Guimarães, foi o último a carimbar o passaporte, com o Peru. Há ainda Hassan (Sp. Braga/Egito) e Etebo (Feirense/Nigéria), mais o guarda-redes iraniano Amir, do Marítimo, que Carlos Queiroz convocou para os particulares desta janela internacional.

Nestas contas não entram nesta fase jogadores emprestados por clubes portugueses, como André Carrillo, que o Benfica tem cedido ao Watford e se qualificou com o Peru, nem os nigerianos Mikel Agu e Chidozie, jogadores do FC Porto a atuar nesta altura no Bursaspor e no Nantes. O cenário pode mudar ainda, neste e noutros casos, mas aqui segue-se o critério da referência de clube para o Mundial, que é aquele que o jogador representou na temporada anterior à competição.

O México representa o maior contingente de estrangeiros da Liga no Mundial. Há Layún, Reyes, Herrera e Corona, do FC Porto, e ainda Raul Jimenez, do Benfica.

Seguem-se três seleções com dois jogadores. O Uruguai, com Maxi Pereira, que pode ir ao terceiro Mundial da sua carreira, agora no FC Porto depois de ter estado nos dois anteriores como jogador do Benfica, e Sebastián Coates, no Sporting, a Argentina, que tem chamado o benfiquista Salvio e o sportinguista Acuña, e ainda a Sérvia, com os benfiquistas Fejsa e Zivkovic.

O Benfica tem ainda Seferovic, que chegou ao Mundial com a Suíça no play-off, e o Sporting Bryan Ruiz, que se apurou com a Costa Rica e acaba de ser reintegrado no plantel, depois de ter estado afastado desde o defeso.

No FC Porto ficaram pelo caminho, além de Aboubakar, com os Camarões, e Brahimi, com a Argélia, também o maliano Marega. Dos internacionais do Sporting não irá ao Mundial Bas Dost, com a Holanda, nem o macedónio Ristovski. No Benfica é Samaris quem fica em terra, eliminado com a Grécia no play-off frente à Croácia.

O FC Porto foi até hoje o clube português que deu mais jogadores ao Mundial, um total de 22, como pode ler neste artigo. Segue-se o Benfica, com 18, e o Sporting,com 11. Mas saiu de Alvalade o primeiro jogador da Liga portuguesa para o Campeonato do Mundo: Hector Yazalde.

E foi como Bota de Ouro europeu depois dos 46 golos marcados pelo Sporting no campeonato, ainda hoje um recorde, que o avançado argentino chegou ao Mundial 1974. Na Alemanha, a Argentina caiu na segunda fase de grupos e Yazalde marcou dois golos em três jogos.

De 1974 até hoje o campeonato português só não esteve representado na edição seguinte, 1978. O maior número até agora registou-se no Mundial 2014, quando foram 15 os jogadores que sairam da Liga portuguesa para o Brasil, incluindo um jogador que atuava na II Liga, o guarda-redes iraniano Haghighi. Tinham sido 11 em 2010 e 12 em 2006, então numa lista muito influenciada pela presença de Angola na fase final: tinha nada menos que nove jogadores da Liga. Foram bem menos em 2002, apenas cinco.