A inclusão de Pepe no onze que Portugal apresentará nesta quarta-feira frente ao país de Gales para a primeira meia-final do Euro 2016 é a grande questão que domina as atenções; quer dos portugueses, quer dos galeses. Porque, para além das estrelas máximas de cada equipa - Ronaldo e Bale - o pensamento último de cada lado será em estar na final de Paris.

O defesa internacional português tem treinado limitado e o selecionador Fernando Santos garantiu que só neste dia do jogo a aptidão de Pepe – a 100 por cento – poderá ser decidida. Esta incógnita centra atenções dos dois lados (apesar de o português ser dividido com a óbvia preocupação) porque as outras cartas fora dos baralhos são conhecidas.

Do lado português já se sabe que William Carvalho é o único ausente garantido devido a um jogo de castigo que tem de cumprir. E, para o seu lugar deverá entrar Danilo. A não ser que Fernando Santos faça uma mudança tática que ainda não operou neste Europeu. No lado esquerdo da defesa, Raphël Guerreiro deverá ocupar o seu lugar.

No meio campo português, também não é líquido se será Adrien ou João Moutinho a começarem o jogo – isto contando que só um jogará mantendo Fernando Santos a estratégia até agora tida com a primeira barreira à frente da defesa a ser feita por William ou Danilo.

No lado galês, Chris Coleman também não conta garantidamente com Bem Davies e Aaron Ramsey, jogadores que frente à Bélgica viram o segundo cartão amarelo no torneio que os tirou da meia-final. No lugar do defesa deverá jogar James Collins, enquanto para fazer a posição da estrela Ramsey deverá entrar Jonny Wiliams.

A tática a adotar por Coleman já não se pode cingir a um esperar pelo domínio adversário para depois responder com o talento de Joe Allen e, neste jogo apenas (pela ausência de Ramsey, leia-se), a velocidade de Gareth Bale com um homem em cunha na frente.

Os galeses mostraram frente à Bélgica que também sabem jogar em posse e partiram para cima do adversário quando precisaram de inverter um resultado. Já a equipa nacional tem também mostrado que se tem sentido bem a dar muita iniciativa aos seus oponentes e a qualidade do jogo português tem chegado para as encomendas.

Mesmo que Portugal tenha precisado de dois prolongamentos nas duas eliminatórias jogadas. Essa pode ser uma questão de muita importância, não obstante a equipa nacional ter sido a primeira a jogar os quartos de final.

No que respeita aos factos deste Europeu, os empates de Portugal podem ser vistos de duas maneiras: a seleção nacional ainda não perdeu neste Europeu, da mesa forma que ainda não conseguiu ganhar nos 90 minutos – batendo a Croácia no prolongamento. Já a seleção galesa foi desde a derrota com a Inglaterra até à vitória sobre a Bélgica (3-1) depois de ter estado a perder tendo conseguido o melhor resultado frente á Rússia na fase de grupos: 3-0.

Em estreia em campeonatos da Europa – com uns quartos de final no Mundial 1958 na única presença em provas de seleções –, o País de Gales já só tem lucro e combina esta falta de pressão com a alma galesa que está a motivar uma nação inteira.

Portugal não o faz por menos em termos de ambição popular, mas a equipa nacional aspira ao título de forma assumida, pois esta não só é a quinta meia-final em Europeus, como as cores lusas já estiveram na final do Euro 2004. E os homens de Fernando Santos, a começar pelo selecionador nacional candidataram-se ao título.

Na meia-final de quinta-feira estarão também dois candidatos ao título. Um será a Alemanha, três vezes campeã da Europa (recordista como a Espanha). Outro será a França, país organizador que ganhou o título europeu quando jogou em casa em 1984, assim como o mundial, em 1998.

Em campo vão defrontar-se a melhor defesa do torneio – a Alemanha, com um golo sofrido – e o melhor ataque – os franceses já marcaram 11 golos. Os germânicos têm, entretanto, uma baixa de peso na defesa, pois Hummels cumpre castigo nas meias-finais.

No ataque, Joachim Löw também já não pode contar com Mario Gómez, para quem o Euro acabou depois do jogo com a Itália. O selecionador germânico ficou sem o seu ponta de lança de raiz e pode ser obrigado a várias alterações na tática já que Khedira e Schweinsteiger (que substitui este frente à Itália) estão em dúvida.

Didier Deschamps não problemas deste ordem na seleção francesa. Mas tem uma pressão de ter uma nação às costas da sua equipa por jogar em casa. E o teste desta quinta-feira é contra o campeonato do mundo em título. E contra quem a França nunca ganhou uma meia final.

Em 1982, Alemanha e França empataram nas meias-finais do Mundial de Espanha tendo os germânicos passado através do desempate por penáltis. No Campeonato do Mundo seguinte, os alemães voltaram a vencer o duelo das meias-finais batendo os gauleses por 2-0.

O último confronto a contar foi no Mundial 2014, com a Alemanha a vencer também, por 1-0, nos quartos de final. Em fases finais, a única vitória dos franceses data de 1958 quando ganharam o jogo do terceiro lugar, por 6-3. Neste histórico, a favor da seleção da casa está que é a primeira vez que se defrontam numa fase final de um Europeu.