O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, disse esta segunda-feira que a greve aos jogos da Taça da Liga é para avançar, a menos que os clubes mudem radicalmente a sua postura.

«Claramente que é um aviso sério à navegação. É assumido. Não estamos a fazer ameaça. Isto é concreto. Não faz sentido estarmos constantemente a pôr em causa a seriedade dos árbitros. Criticar a arbitragem e os erros faz parte. Por em causa a seriedade e honorabilidade, quando temos locais próprios para analisar se é verdade ou não. Não faz sentido esse constante tipo de descrédito», afirmou, em declarações à agência Lusa.

O dirigente lamenta um tratamento geral diferenciado, pela negativa, aos árbitros.

«Temos um jogador ou jovem guarda-redes que comete um erro e recebe, e bem, elogios de talento, que é jovem promessa e tal. Quando acontece com um árbitro, é um futuro corrupto. Este tipo de mentalidade é que tem de mudar»

«Acredito muito no jovem jogador português, no jovem treinador, na jovem arbitragem e nos dirigentes. Se quiserem parar com isto, eles param. Não tenho dúvidas disso. (O que é preciso para travar a greve?) É preciso, acima de tudo, que os clubes efetivamente queiram que isto pare. Que deem sinal de respeito pelos árbitros», sublinhou.

Luciano Gonçalves espera «sinais concretos» dos clubes e dirigentes, e o compromisso de todos para uma mudança.

«Sim, claro que (os árbitros) estão (unidos). Isto mexe com muita coisa. Mexe com a tranquilidade dos árbitros, das famílias. Mexe com tudo. O que estamos a falar não é estar a por em causa erros ou não erros, mas pormos constantemente em causa a seriedade dos árbitros. Que as suas ações são premeditadas. É disto que estamos a falar», reforçou.

Luciano Gonçalves atira agora a bola para o Conselho de Arbitragem da federação quanto ao facto de as referidas jornadas da Taça da Liga não terem árbitros disponíveis para as dirigir.