Maria José Morgado, ex-directora-adjunta da Polícia Judiciária, não teceu esta terça-feira grandes comentários sobre a Operação «Apito Dourado» que já motivou 16 detenções entre as quais a de Valentim Loureiro, presidente da Liga de Clubes.
Morgado alertou em 2002 para os «escândalos»: «Ando há dois anos a falar, mas não quero dizer nada agora,
até para não me pôr em bicos de pé», disse a magistrada à Lusa.
A procuradora-geral-adjunta e antiga responsável da Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) referiu que as investigações são posteriores à sua saída da DCICCEF, em Agosto de 2002.
Maria José Morgado recordou que quando dirigiu a DCICCEF foram feitas as investigações dos casos do ex-presidente do Benfica Vale e Azevedo, actualmente em prisão preventiva, e do presidente do Vitória de Guimarães, Pimenta Machado, a aguardar o desenrolar do processo em
liberdade depois de ter pago uma caução de um milhão de euros.
No final do Verão de 2002, demitiu-se das funções por
divergências com o actual director-geral da PJ, Adelino Salvado, numa polémica que envolveu também a ministra da Justiça.