António Garrido esteve esta tarde nas instalações da Polícia Judiciária do Porto no âmbito do processo «Apito Dourado» - precisamente no mesmo dia em que Reinaldo Teles também prestou declarações - respondeu a cerca de uma hora de questões dos inspectores e saiu depois na qualidade de testemunha, jurou o próprio em declarações ao Maisfutebol. «Estive apenas como testemunha. Fui convocado pela Polícia Judiciária para prestar esclarecimentos e foi isso que fiz».
O ex-árbitro falava de Marinha Grande e referia não perceber notícias que o colocavam como arguido. «Uma situação que ficou clara é que estive lá como testemunha. Se tivesse sido constituído arguido teria ficado com certas medidas de coacção, com termo de identidade e residência pelo menos, e eu saí de lá sem qualquer medida de coacção. O próprio inspector disse-me que esta apenas como testemunha».
Esta foi, aliás, a segunda vez que António Garrido foi chamado a depor na Polícia Judiciária por causa deste processo. A primeira foi há cerca de um mês, revelou, e a razão foi a mesma em ambas. «Fizeram-me perguntas dentro do âmbito do Apito Dourado, várias perguntas sobre várias situações que não posso revelar por estarem em segredo de justiça, mas que têm até a ver, pelo menos a maior parte delas, com o funcionamento da arbitragem».
António Garrido faz parte de um grupo de sete assessores do gabinete de arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, acompanha os árbitros da segunda categoria e foi nessa qualidade que prestou declarações. «Eu falo com os árbitros, estou com eles, aprecio-os nos jogos, digo-lhes no que estiveram bem e no que estiveram mal, faço-lhes ver no que têm de melhorar. A Polícia Judiciária quis saber várias coisas nesse sentido». O ex-árbitro não quis, de resto, explicar se lhe foram colocadas questões sobre jogos ou arbitragens específicas. «Isso está em segredo de justiça».