O árbitro Jacinto Paixão pretende renunciar ao Segredo de Justiça para que haja «transparência» no processo do «Apito Dourado» em que está envolvido.
«Desde já autorizamos a divulgação pública, a partir de hoje, de todos os actos deste caso (Apito Dourado), porque queremos o processo transparente, para se saber a verdade. Até porque não queremos ser notificados pelo jornal Público, mas sim pelo Ministério Público», vincou António Pragal Colaço, advogado do árbitro, à agência Lusa.
O advogado garante que ele e o árbitro só foram notificados ao princípio da tarde desta sexta-feira da reabertura pelo Ministério Público do processo contra Pinto da Costa, relativo a um jogo com o E. Amadora, arbitrado por Jacinto Paixão.
Mesmo antes da notificação, a defesa do árbitro enviou durante a manhã uma carta registada, em que pede a reabertura daquele processo relacionado com suspeitas de corrupção no futebol.
«Hoje de manhã pedimos a reabertura do inquérito, porque queremos que o caso seja investigado e não seja arquivado unicamente por falta de provas, mas inequivocamente por factos que demonstrem que Jacinto Paixão não cometeu qualquer crime», referiu o advogado.
Do processo inicial do «Apito Dourado» foram arquivados 127 casos, todos relacionados com jogos da Liga e Liga de Honra e que correspondiam a alegados contactos de presidentes de clubes para a escolha de árbitros e assistentes. António Colaço explicou que «Jacinto Paixão quer ainda que estes 127 casos sejam todos reinvestigados».