O banqueiro Artur Santos Silva disse esta quinta-feira no Tribunal de Gondomar que Pinto de Sousa tinha acesso aos círculos de poder sem as influências de Valentim Loureiro, co-arguido no processo Apito Dourado. O depoimento contraria a tese da acusação, baseada em parte na ideia de que Pinto de Sousa respondia aos pedidos de nomeações feitos pelo Gondomar para agradar a Valentim, então presidente da Liga.
Ouvido como testemunha de defesa do ex-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, o presidente do Conselho de Administração do BPI disse, segundo a Lusa, que o ex-líder do Conselho de Arbitragem «tinha vários interesses em Moçambique» e defendeu que é «relativamente fácil» participar numa comitiva do primeiro-ministro, «desde que haja interesses reais», a propósito de uma viagem de Pinto de Sousa aquele país, na comitiva de Durão Barroso.
O antigo secretário de Estado Faria de Almeida, actualmente ligado à Misericórdia do Porto e à gestão do Hospital da Prelada, testemunhou no mesmo sentido que Artur Santos Silva e referiu mesmo que «Pinto de Sousa conhecia pessoas mais influentes que o major» e que tinha «uma certa aversão em ocupar qualquer cargo político».
Também chamado a depor por Pinto de Sousa foi o ex-árbitro António Marçal, que referiu que o acusado tinha manifestado a intenção de ceder a Vítor Pereira o cargo na liderança da arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol.