O número de jogadores da formação aproveitados pelos clubes atingiu um mínimo recorde no futebol europeu. Não passa dos 21.2 por cento, de acordo com o estudo anual do Observatório do Futebol/CIES. Os clubes portugueses estão entre os que menos apostam nos futebolistas que formam. Além disso, o FC Porto e também o Benfica estão no top entre os que mais recorrem a futebolistas estrangeiros.

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Entre os 31 campeonatos analisados por este estudo demográfico, publicado anualmente em janeiro, o FC Porto ocupa o segundo lugar em absoluto, com 83.3 por cento de estrangeiros, atrás apenas dos italianos do Inter (88.9). O Benfica é oitavo (79.3) e, apesar de ter no total mais três estrangeiros do que os dragões, segundo dados citados pela Lusa, vê a média reduzida por ter um plantel maior, de 29 jogadores.

O CIES (Centro Internacional para Estudos do Desporto) resulta de uma parceria da FIFA com a universidade e o município de Neuchatel, na Suíça. Esta análise tem em conta os jogadores integrados nos quadros dos clubes a 1 de outubro de 2013 e que estejam «ativos», ou seja, que já tenham jogado pelo plantel principal. Define de resto como jogadores formados aqueles que passaram três anos no clube entre os 15 e os 21 anos de idade, o mesmo critério da UEFA.

A Liga portuguesa continua a estar no «top 5» no que diz respeito a jogadores estrangeiros. Houve um ligeiro decréscimo este ano, mas ainda assim são mais de metade: 52,1 por cento. Portugal é o quinto campeonato que mais recorre a estrangeiros, atrás apenas de Chipre (63.8), Inglaterra (60.4), Itália (54.1) e Turquia (53.1). Ao todo 208 estrangeiros para 399 jogadores nas 16 equipas da Liga. O Belenenses é o clube que aparece com mais portugueses no plantel, 17.

Quanto à formação, Portugal tem apenas 12 por cento jogadores oriundos das escolas dos clubes a representar as equipas principais, o quarto registo mais baixo entre os 31 campeonatos analisados por este estudo, à frente apenas da Rússia, Turquia e Itália. Só há três clubes da Liga acima da média europeia: Sporting (33 por cento), Marítimo (28) e V. Guimarães (23,1). No outro extremo estão Olhanense e Arouca, com zero jogadores formados. O Benfica tem 6,9 por cento e o FC Porto 4,2 por cento.

A média europeia de 21,1 por cento é um recorde negativo em seis edições deste estudo, o qual conclui que são os países nórdicos quem melhor aproveita os jogadores da sua formação. A Suécia lidera, com 38.9 por cento, seguida da Eslováquia (37.7) e da Finlândia (34.8). França (23.6), Espanha (21.1), Alemanha (16.6), Inglaterra (13.6) e por fim Itália (8.4).

Por fim, o estudo confirma também Portugal como país exportador de jogadores. É sexto no ranking, liderado pelo Brasil, sendo que a maior fatia de emigrantes lusos está no Chipre, com 37 jogadores. Mesmo assim abaixo da época passada, quando eram 67. Roménia (24 jogadores), Espanha (18) e Grécia (17) são os outros países que mais importam jogadores portugueses.

Clubes europeus com maior percentagem de estrangeiros:

1. Inter (Ita) 88,9
2. FC PORTO 83,3
3. Doxa (Chi) 81,8
4. Inverness (Esc) 81
5. AEK Larnaca (Chi) 80,8
6. Chelsea (Ing) 80
. Udinese (Ita) 80
8. Fiorentina (Ita) 79,3
. BENFICA 79,3
10. Olympiacos (Gre) 79,2
11. Lazio (Ita) 78,6
12. Kayserispor (Tur) 77,8
13. Celtic (Esc) 76
14. Waasland-Beveren (Bel) 75
15. Stoke City (Ing) 73,9
. Nápoles (Ita) 73,9
. AEL Limassol (Chi) 73,9
18. Fulham (Ing) 73,1
19. Ermis (Chi) 72,7
. Omonia (Chi) 72,7